A questão da baixa participação das mulheres nos serviços de segurança e defesa é uma questão crucial que merece especial atenção. É inegável que a paridade de género é essencial em todas as áreas, incluindo aquelas relacionadas com a segurança nacional.
Durante um recente workshop organizado em Kinshasa pela MONUSCO e pela Escola de Criminologia da Universidade de Kinshasa, as partes interessadas destacaram as barreiras culturais que dificultam o envolvimento das mulheres nestes sectores. Na verdade, desde muito cedo, os estereótipos e preconceitos de género limitam muitas vezes as escolhas profissionais das mulheres, relegando-as a papéis tradicionalmente atribuídos aos homens.
Além destas restrições culturais, é essencial reconhecer a importância da participação inclusiva nos serviços de segurança e defesa. Tal como salientado por Raoul Kenge-Kenge, diretor da Escola de Criminologia, a reforma destes setores deve envolver todas as partes interessadas, sem distinção de género. Isto não só diversificaria os perfis e competências dentro das instituições, mas também fortaleceria a eficácia e a legitimidade destas organizações.
Para atingir este objectivo de inclusão, é imperativo sensibilizar, formar e encorajar mais mulheres a seguirem carreiras nos serviços de segurança e defesa. Programas de mentoria, ações de promoção da diversidade e campanhas de sensibilização poderiam ajudar a mudar mentalidades e a quebrar os estereótipos de género que persistem nestes ambientes.
Finalmente, é essencial trabalhar em estreita colaboração com os intervenientes no terreno, como a Polícia Nacional Congolesa, as FARDC, o DGM e a ANR, para implementar políticas e medidas concretas destinadas a promover uma maior participação das mulheres. Estes esforços colectivos garantirão uma melhor representatividade e uma maior eficiência dos serviços de segurança e defesa, para benefício de toda a sociedade.
Em suma, a questão da participação das mulheres nos serviços de segurança e defesa já não deve ser tratada como uma opção, mas como uma necessidade para garantir uma governação inclusiva, equitativa e eficaz. É hora de derrubar as barreiras que impedem o pleno desenvolvimento das mulheres nestas áreas estratégicas e de promover uma verdadeira igualdade de oportunidades para todos.