Numa era marcada por movimentos políticos de direita que denunciam a imigração, a questão da migração está mais do que nunca no centro dos debates internacionais. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados anunciou recentemente progressos significativos nos seus esforços para proteger os migrantes, reduzir a deslocação forçada e facilitar as vias de migração legal. Esta organização garantiu milhares de milhões em financiamento de várias fontes, desde bancos de desenvolvimento a gigantes da tecnologia como a Microsoft.
Amy Pope, chefe da organização, enfatiza a importância de não abordar a questão da migração apenas de um ângulo, mas de levar em conta todas as complexidades a ela associadas. Antigo conselheiro de migração do presidente dos EUA, Joe Biden, Pope insiste que a gestão da migração não deve limitar-se às fronteiras, mas deve abranger todas as questões que levam as pessoas a deslocarem-se.
Ao enfatizar os benefícios económicos que a migração pode trazer para o setor privado, Amy Pope procura aumentar a sensibilização para os benefícios de uma gestão adequada dos fluxos migratórios. No entanto, não esconde os riscos enfrentados por muitos migrantes durante a sua viagem, sublinhando que o ano de 2023 foi o mais mortal da última década, com mais de 8.500 mortes registadas, particularmente no Mediterrâneo.
À medida que mais pessoas abandonam as suas casas em busca de uma vida melhor, as questões relacionadas com a imigração ilegal e o asilo tornam-se questões políticas controversas em toda a Europa, nos Estados Unidos e noutras regiões do mundo. Amy Pope alerta para as consequências desastrosas de uma abordagem unilateral à questão da migração, sublinhando a necessidade de abordar este fenómeno em toda a sua complexidade.
Nestes tempos de nacionalismo elevado e de tensões identitárias, a visão global e humana de Amy Pope lança uma luz valiosa sobre as questões da migração. O seu desejo de colocar as pessoas no centro das políticas de migração representa um apelo à solidariedade e à compreensão mútua, essenciais para a construção de um futuro mais inclusivo e harmonioso para todos.