Revelações perturbadoras durante o depoimento de Marcel Malanga e Benjamin Zalman perante o Tribunal Militar de Kinshasa-Gombe

Fatshimetrie, 5 de julho de 2024 – Como parte das audiências perante o Tribunal Militar da Guarnição de Kinshasa-Gombe, surgiram revelações surpreendentes na última sexta-feira. Marcel Malanga, filho do suposto líder do golpe de Estado abortado ocorrido em 19 de maio em Kinshasa, tomou a palavra para testemunhar a sua versão dos factos.

No seu depoimento, Marcel Malanga afirmou não ter aberto fogo contra ninguém durante os acontecimentos de 18 de maio. Ele mencionou notavelmente ter visto seu pai atirar em um indivíduo chamado Kevin Tamba, que estava em um carro cinza. Segundo ele, não teve participação ativa nesta noite marcada por agitação e violência.

Evocando os motivos da sua presença na República Democrática do Congo, Marcel Malanga indicou que veio visitar o pai, que não via desde 2021. Questionado sobre a intrusão no Palais de la Nation, afirmou não ter compreendido bem as motivações desta ação realizado em uniforme militar e armado, alegando seguir as ordens do pai por medo de represálias.

Outra testemunha, Benjamin Zalman, um americano, também falou durante a audiência. Disse conhecer o líder dos agressores, Christian Malanga, desde 2013, durante um fórum económico em Washington. A sua relação, segundo Zalman, limitou-se a discussões comerciais, nomeadamente em torno de uma licença de mineração em Moçambique.

Quanto à incursão no Palácio Nacional, Zalman afirmou ter sido arrastado contra a sua vontade, esclarecendo que não desempenhou nenhum papel deliberado no golpe fracassado. O clima de medo e pressão levou Zalman a pensar em fugir da situação.

Perante estes testemunhos contraditórios e revelações perturbadoras, a investigação do caso reprimido do golpe de Estado foi adiada para a segunda-feira seguinte. As declarações de Marcel Malanga e Benjamin Zalman levantam questões importantes sobre as motivações, cumplicidade e circunstâncias que rodearam este acontecimento que abalou a capital congolesa em Maio passado.

Assim, a investigação continua a desembaraçar os fios de um caso complexo e a lançar luz sobre a verdade por detrás destes actos de violência e tentativas de desestabilização. As próximas audiências prometem lançar uma nova luz sobre este caso com ramificações internacionais. Aguardemos com impaciência os próximos desenvolvimentos neste assunto profundamente impactante.

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