A Rede Parlamentar de Descentralização e Desconcentração: Uma Nova Dinâmica para a RDC

Fatshimetrie, 3 de julho de 2024 – O cenário político congolês é enriquecido com uma nova iniciativa com a recente criação da Rede Parlamentar de Descentralização e Desconcentração (REPAD). Este anúncio feito pelo deputado nacional Joseph Bangakya durante uma entrevista exclusiva com Fatshimetrie marca um passo importante no processo de descentralização na República Democrática do Congo.

A REPAD apresenta-se como um agrupamento de actores-chave, incluindo antigos governadores, ministros provinciais e nacionais, bem como autoridades consuetudinárias, todos empenhados em contribuir activamente para o estabelecimento de uma descentralização eficaz e eficiente no país. Este espaço de reflexão e propostas visa superar os obstáculos que dificultam a concretização da descentralização, tal como definida pela Constituição de 2006.

Numa declaração cheia de compromisso, Joseph Bangakya, coordenador da REPAD, sublinha a necessidade de aproveitar a experiência dos membros da rede para formular soluções concretas que promovam o desenvolvimento nas bases. Insiste no papel crucial da descentralização no reforço da soberania da RDC sobre todo o seu território e na melhoria dos serviços públicos.

O desejo de promover mudanças reais e de colocar o desenvolvimento local no centro das prioridades fica claro nas observações do deputado Bangakya. O seu apelo à acção e à colaboração em favor de uma descentralização efectiva ressoa como um forte sinal a favor do progresso e da equidade territorial.

A reacção positiva do presidente da Assembleia Nacional, Vital Kamerhe, à criação da REPAD demonstra a importância dada pelas autoridades políticas a esta iniciativa inovadora. A perspectiva de organizar um fórum sobre descentralização que reúna diferentes partes interessadas, sob a égide da UNC, ilustra o desejo de debater e encontrar soluções duradouras para os desafios de desenvolvimento enfrentados pela RDC.

A descentralização, consagrada na Constituição de 2006, constitui uma alavanca essencial para a transferência de competências e recursos para as entidades locais e para a promoção do desenvolvimento equilibrado do país. No entanto, apesar da existência de um quadro jurídico sólido, a sua aplicação continua dificultada pela interferência do governo central e pela falta de recursos financeiros a nível local.

Concluindo, a criação da REPAD representa um raio de esperança para um país que procura a transformação e consolidação da sua democracia participativa. Ao reunir atores influentes à volta da mesa e ao incentivar o diálogo construtivo, esta iniciativa abre caminho para um futuro mais justo e próspero para todos os cidadãos congoleses.

Célestin Lutete por Fatshimetrie

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