A Igreja Católica na Guiné pede ações para evitar a crise

Num contexto político tenso, a Igreja Católica na Guiné pronunciou-se recentemente através de uma carta aberta da Conferência Episcopal. Esta declaração apela às autoridades e aos intervenientes políticos para que clarifiquem urgentemente o calendário para a transição em curso, destacando a necessidade de um diálogo inclusivo para evitar qualquer escalada de violência e tensões no país.

Os bispos guineenses pintam um quadro alarmante da situação actual, apontando para o desemprego crescente, a inflação galopante, a escassez de água e electricidade, bem como a crescente insegurança que assola o país. Denunciam a falta de visibilidade relativamente à direcção, programa e calendário da actual transição, sublinhando que a ausência de perspectivas claras contribui para acentuar as dificuldades encontradas pela população guineense.

A divulgação tardia desta carta aberta, inicialmente registada durante a peregrinação católica de Boffa há dois meses, levanta questões sobre a liberdade de expressão e a divulgação de informação na Guiné. Na verdade, apesar das tentativas dos bispos para que fosse transmitido na televisão pública, nunca foi transmitido no ar, destacando os desafios que os meios de comunicação social enfrentam no país.

O padre Louis Gbilimou, secretário-geral da Conferência Episcopal Guineense, insiste na urgência da situação e na necessidade de uma acção concertada para evitar uma grande crise social. Alerta para as consequências potencialmente desastrosas da falta de transparência e comunicação no processo de transição na Guiné, apelando ao diálogo e à consulta entre todas as partes interessadas.

Assim, esta intervenção da Igreja Católica na Guiné destaca a importância da consciência colectiva e do envolvimento dos cidadãos na construção de um futuro mais inclusivo e pacífico para o país. Apela à responsabilidade de todos, desde as autoridades governamentais aos intervenientes da sociedade civil, de trabalharem em conjunto para resolver crises e tensões que ameaçam a estabilidade e o bem-estar da população guineense.

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