No centro das notícias quenianas está um cenário económico e político em turbulência. O Presidente queniano, William Ruto, subiu recentemente ao palco para anunciar uma estratégia de contracção de empréstimos para fazer face ao crescente défice orçamental, na sequência da rejeição de uma lei financeira destinada a aumentar as receitas fiscais.
A medida surge na sequência de protestos violentos que abalaram o país na semana passada, levando o presidente a recusar-se a assinar o projeto de lei e a solicitar a sua retirada do Parlamento.
Numa entrevista televisiva no domingo, Ruto destacou que o fracasso da lei prejudicou os esforços do governo para aliviar o peso da dívida do país. Cerca de 60% das receitas do Quénia são gastas no serviço da dívida.
Numa tentativa de financiar serviços sociais e outros programas, a maior economia da África Oriental planeia solicitar um bilião de xelins (7,6 mil milhões de dólares) aos credores.
Os novos impostos teriam gerado cerca de 2,7 mil milhões de dólares em receitas adicionais.
Na semana passada, os legisladores aprovaram por esmagadora maioria o projeto de lei financeiro pouco antes de os manifestantes invadirem o Parlamento e incendiarem-no.
Os manifestantes argumentam que o governo deveria concentrar-se na redução da corrupção e do desperdício em vez de aumentar os impostos. O Presidente Ruto prometeu cortar o orçamento da presidência e eliminar despesas não essenciais.
A dívida do Quénia ascende a mais de 80 mil milhões de dólares, grande parte dela denominada em moedas estrangeiras. Esta situação coloca sérios desafios à economia queniana e levanta questões sobre a sustentabilidade da actual política fiscal.
Num contexto onde a transparência, a responsabilização e a gestão financeira eficiente são essenciais, é essencial que o governo queniano encontre um equilíbrio entre as necessidades económicas do país e a pressão exercida pela dívida.
Enfrentar estes desafios exigirá decisões ousadas, reformas estruturais e uma visão de longo prazo para garantir um crescimento económico sustentável e equilibrado. Os próximos meses serão cruciais para o Quénia, à medida que navega em águas económicas agitadas, procurando soluções inovadoras para satisfazer as necessidades do seu povo e garantir a sua prosperidade futura.