Parabéns a você, caro leitor da Fatshimetrie, por mergulhar em uma viagem cativante pela história pouco conhecida, mas fascinante, da contribuição congolesa para a Segunda Guerra Mundial. Poucas pessoas se lembram hoje do envolvimento da Força Pública Congolesa neste conflito global, mas estes momentos cruciais ficaram gravados na memória da pacífica cidade de Léopoldville, onde cada rua e avenida conta uma história de coragem e de dedicação.
Quando falamos da Segunda Guerra Mundial em Léopoldville, a expressão “Guerre ya Lomane” ainda ressoa, testemunhando o medo palpável sentido na época. O anúncio da capitulação do governo belga à Alemanha nazi em 1940 lançou uma sombra de terror, mas a esperança foi reavivada pela decisão do governador-geral Pierre Ryckmans de envolver a colónia do Congo Belga no conflito ao lado dos Aliados.
Assim nasceu a 1ª Brigada Colonial Belga da Força Pública, sob o comando do General Auguste-Edouard Gilliaert, que valentemente liderou as tropas congolesas em direcção à Etiópia para combater as forças italianas. Os nomes das artérias da comuna de Dendale em Kasa-Vubu e Ngiri-Ngiri da época testemunham estes momentos históricos, como a avenida da “Etiópia” e a avenida de “Cartum”.
A campanha etíope foi duramente contestada, com batalhas decisivas em Asossa e Gambela comemoradas por nomes de ruas na comuna de Kasa-Vubu. A Avenida Saio relembra a vitória crucial conquistada contra as forças italianas, abrindo caminho para outros triunfos marcantes da Força Pública Congolesa.
A expedição à Etiópia foi apenas uma das muitas contribuições do Congo para a Guerra Mundial, juntamente com o envio de uma unidade médica à Birmânia e à Índia para apoiar os Aliados na sua luta contra as forças japonesas. As batalhas heróicas em Yazagio são comemoradas na Avenida “Birmânia”, testemunhando a bravura e resiliência das forças congolesas.
À medida que a guerra se aproximava do fim, as tropas congolesas iniciaram o regresso a casa, saudadas por uma marcha triunfante na Avenida da Vitória, lembrando a todos a coragem e determinação dos antigos combatentes da Força Pública.
Hoje, a expressão “Ancião de Saio” ressoa nas ruas de Kinshasa, homenageando estes heróis pouco conhecidos mas essenciais da nossa história. O seu compromisso e sacrifício continuam a ser um exemplo de bravura e dedicação para as gerações futuras, servindo como um lembrete de que mesmo nos tempos mais sombrios, a luz da resiliência e da solidariedade brilha sempre.
Ao explorar estas páginas esquecidas da história congolesa, testemunhamos a coragem e a força destes homens e mulheres que carregaram as cores da sua nação nos tormentos da guerra mundial.. Que os seus feitos heróicos nunca sejam esquecidos e que a sua memória seja eternamente honrada pela sua contribuição para um mundo melhor.