O suntuoso evento, realizado na Praça Kim Il Sung, em Pyongyang, reuniu o líder norte-coreano Kim Jong Un e o presidente russo Vladimir Putin. Este encontro, marcado por uma fanfarra exuberante, foi marcado por uma calorosa cerimónia de boas-vindas. Os dois líderes, recebidos por soldados montados, militares e crianças segurando balões, foram saudados ao som de hinos nacionais, num cenário majestoso adornado com grandes retratos dos dois homens.
Apresentadas as respectivas delegações, Putin e Kim ficaram lado a lado enquanto o hino nacional russo soava. Em seguida, os dois autocratas embarcaram numa limusine conversível onde, de pé, avançaram lado a lado, sorrindo e acenando para a multidão entusiasmada.
A rara visita de Putin à Coreia do Norte assinala o aprofundamento da aliança entre Moscovo e Pyongyang, enfrentando animosidade partilhada em relação ao Ocidente e preocupações internacionais sobre a sua crescente cooperação militar.
Vários governos acusaram Pyongyang de fornecer armas a Moscovo para o seu conflito na Ucrânia, acusações que ambos os países negam, apesar das evidências significativas de tais transferências.
Nas conversações que se seguiram, Kim expressou o seu total apoio e solidariedade ao governo, aos militares e ao povo russo, destacando particularmente o conflito na Ucrânia como uma defesa da soberania, segurança e estabilidade territorial da Rússia.
Putin elogiou as relações entre os dois países, baseadas na igualdade e no respeito mútuo, sublinhando que um novo acordo bilateral esperado constituiria a base das relações entre os dois estados durante muitos anos. Ele também aumentou as esperanças de um próximo encontro em Moscou com Kim.
Esta relação diplomática marca um ponto de viragem nas suas relações e constitui um grande apoio para Kim, que permanece isolado na cena internacional devido ao seu programa de armas ilegais e que não recebia um líder estrangeiro na sua capital desde a pandemia.
A proximidade demonstrada entre Putin e Kim durante esta visita sublinha uma aproximação política e económica entre os dois países, mas também suscita preocupações em Seul e Washington devido às transferências de armas da Coreia do Norte para a Rússia e à perspectiva de partilhar tecnologia militar russa superior com apoiar o programa de armas amplamente sancionado de Pyongyang.
Num contexto de tensões persistentes na Península Coreana, marcado pelos discursos belicosos de Kim e pelo abandono da sua política de reunificação pacífica com a Coreia do Sul, a visita de Putin é uma continuação da visita histórica de Kim à Rússia no ano anterior, onde os dois líderes já apareceram estar abrindo um novo capítulo baseado nas necessidades militares russas para sua ofensiva contínua.
Em resumo, este encontro entre Putin e Kim Jong Un na Coreia do Norte marca um importante ponto de viragem nas suas relações políticas e económicas, mas também levanta preocupações internacionais devido às transferências de armas e à crescente cooperação militar entre os dois países. O futuro desta aliança estratégica levanta muitas questões sobre o seu impacto na estabilidade regional e global.