Um flagelo silencioso envenena as ruas de Lagos: o despejo indiscriminado de resíduos. Os moradores são as primeiras vítimas, sofrendo um espetáculo desolador de montanhas de lixo que se acumulam ao longo dos dias. Esta triste realidade foi levada ao conhecimento de Fatshimetrie durante uma investigação realizada pela Agência de Notícias da Nigéria (NAN). Os moradores expressam a sua frustração com a negligência da empresa responsável pela eliminação de resíduos, LAWMA, acusada de não intervir rapidamente para limpar os locais de armazenamento.
A conclusão é alarmante: o problema da gestão de resíduos é endémico em muitas cidades, incluindo Lagos. Além do aspecto visual desastroso, essa negligência traz consequências muito mais graves, que vão desde a poluição ambiental até riscos à saúde da população. Ibukun Cole, comerciante entrevistado pela NAN, sublinha a importância de sensibilizar a população para os perigos do despejo ilegal de resíduos. Ela defende programas comunitários de limpeza e conscientização para promover práticas responsáveis de gestão de resíduos.
Os depoimentos recolhidos revelam a consternação de moradores, como Shina Ibrahim, residente em Agege, que denuncia a negligência da LAWMA na evacuação de resíduos. A observação é a mesma de Tosin Ogundairo, residente em Igando, que recomenda a melhoria das infra-estruturas e dos serviços de gestão de resíduos. É hora de as autoridades tomarem medidas concretas para responder a esta crise ambiental e sanitária.
O problema é ainda mais preocupante nos bairros onde os operadores privados responsáveis pela recolha de resíduos se destacam pela sua ausência, deixando os moradores sem soluções. Olamide Johnson, residente em Mushin, denuncia esta situação e apela às autoridades para que parem com este flagelo.
Perante esta situação, o Presidente da Associação de Gestores de Resíduos da Nigéria, Olugbenga Adebola, incentiva os residentes a apoiarem os operadores privados atribuídos aos seus bairros para uma eliminação eficiente de resíduos. Ele enfatiza a necessidade de cada um cumprir o seu papel, contribuindo financeiramente para a gestão de resíduos, lembrando que a sujeira ambiental impacta toda a comunidade.
Por último, o Doutor Tunji Akintade alerta para as repercussões na saúde pública da má gestão dos resíduos. Destaca os riscos de propagação de doenças, contaminação de fontes de água e poluição atmosférica, apelando à sensibilização colectiva para conter esta ameaça.
Em suma, a crise dos resíduos em Lagos é um problema urgente que requer uma ação imediata e coordenada por parte das autoridades e dos cidadãos. É imperativo implementar soluções sustentáveis para salvaguardar o ambiente e a saúde de todos.