A África do Sul, um país rico em diversidade cultural e natural, enfrenta uma fase crucial na recuperação do seu sector de turismo pós-pandemia. À medida que o número de visitantes aumenta gradualmente desde a crise sanitária, é imperativo que o país vise não apenas o volume de turistas, mas também os seus gastos e experiência geral.
Números recentes indicam um ligeiro aumento no número de visitantes à África do Sul, de 7,3 milhões em 2022 para 8,5 milhões no ano passado. Apesar deste optimismo, é crucial notar que estes números permanecem abaixo dos 14,8 milhões registados em 2019 antes da pandemia. A queda acentuada para 2,3 milhões de visitantes em 2021 teve um impacto económico devastador para muitas empresas do sector das viagens e turismo.
Embora a flexibilização das restrições aos vistos tenha ajudado a aumentar o número de visitantes do Gana e do Quénia, os gastos dos turistas permanecem abaixo dos níveis pré-pandemia. Em 2019, os turistas gastaram 121,5 mil milhões de rands, em comparação com apenas 71,1 mil milhões de rands em 2022. Apesar de uma ligeira melhoria no primeiro trimestre de 2023, com 25,3 mil milhões de rands gastos, estes números permanecem bem abaixo dos níveis anteriores à pandemia.
O sector do turismo sul-africano, que representa 3,7% do PIB, tem um potencial considerável de acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo. Para atingir e superar os níveis pré-pandemia, é essencial concentrar-se não apenas no aumento do número de visitantes, mas também nos seus hábitos de consumo e experiência geral. Melhorias constantes na qualidade, bem como a abordagem de questões estruturais como deficiências de infra-estruturas, questões de segurança e estabilidade política são necessárias para garantir o crescimento sustentável do sector.
O Africa Travel Indaba, que terá lugar em Durban em Maio de 2024, reúne grandes intervenientes nas viagens e turismo na esperança de impulsionar negócios com compradores internacionais. Iniciativas como o stand Hidden Gems, que apresenta 120 pequenas e médias empresas locais, proporcionam às empresas locais uma plataforma para atrair novas oportunidades de negócio. O Fundo de Capital do Turismo, lançado no ano passado como parte do Plano Diretor do Setor do Turismo, visa apoiar as PME locais na sua recuperação pós-pandemia.
A ascensão do Amapiano, um género musical sul-africano, também oferece uma oportunidade para atrair mais visitantes, aumentar os rendimentos e criar empregos no sector das artes e da cultura. No entanto, é crucial integrar estes elementos culturais numa estratégia mais ampla, incluindo melhorias nas experiências no local, garantindo a segurança dos visitantes e fortalecendo as infraestruturas..
Em conclusão, o sector do turismo na África do Sul tem um enorme potencial para contribuir para a economia do país e criar mais empregos. Para garantir uma recuperação sustentável e um crescimento significativo, é imperativo implementar medidas eficazes que promovam o aumento dos gastos dos turistas e, ao mesmo tempo, melhorem a experiência geral dos visitantes. Ao investir nas PME locais, ao divulgar a riqueza cultural do país e ao garantir elevados padrões de qualidade, a África do Sul poderá alcançar níveis de turismo prósperos e sustentáveis.