A Inspecção Geral de Finanças (IGF) realizou recentemente uma vasta operação de patrulha financeira em mais de 40 empresas públicas, com o objectivo de preservar o tesouro do Estado. Esta iniciativa poupou nada menos que 1,5 mil milhões de dólares em gastos desnecessários. Uma abordagem elogiada pela sua eficácia e rigor, mas que também levanta questões sobre a sustentabilidade das práticas e a transparência nas instituições governamentais.
Os inspectores da IGF realizaram um trabalho meticuloso na validação de cada transacção de saída de dinheiro das empresas envolvidas. A sua missão era garantir a transparência das despesas e verificar o cumprimento dos procedimentos de contratação. Estas ações permitiram identificar poupanças significativas e limitar o desperdício de recursos financeiros.
No entanto, apesar dos resultados positivos obtidos, levantam-se algumas vozes que questionam a real eficácia destes controlos. Valéry Madianga, diretor-geral do CREFDL, sublinha que as práticas criticadas dentro das empresas públicas continuam apesar da intervenção da IGF. Segundo ele, seria necessário envolver o Tribunal de Contas para reforçar a credibilidade das auditorias e combater eficazmente os abusos financeiros.
Visando a melhoria contínua, o IGF anunciou a criação de uma missão para avaliar as recomendações feitas aos gestores públicos. Esta fase, prevista para o início de 2025, permitirá medir o impacto das medidas tomadas e identificar as áreas necessárias de melhoria. Ao mesmo tempo, a IGF planeia reforçar a monitorização das operações financeiras das empresas públicas, trabalhando em estreita colaboração com os bancos comerciais.
Em última análise, a iniciativa do IGF de realizar patrulhas financeiras nas empresas públicas representa um primeiro passo importante para uma melhor gestão dos recursos públicos. No entanto, é essencial prosseguir os esforços e criar mecanismos de controlo eficazes para garantir a transparência e a integridade das operações financeiras. A colaboração com outros organismos, como o Tribunal de Contas, poderia também reforçar a credibilidade das auditorias e ajudar a estabelecer uma cultura de responsabilização e de boa governação nas instituições públicas.