A cena política da Costa do Marfim está em turbulência com o anúncio da Reunião dos Houphouetistas pela Democracia e Paz (RHDP) que designa o actual Presidente Alassane Ouattara como o seu “candidato natural” para as eleições presidenciais de 2025. Esta decisão segue-se a uma reunião em Abidjan durante a qual Gilbert Koné. Kafana, presidente da direcção do partido, expressou claramente o apoio do RHDP a que Ouattara concorresse a um quarto mandato.
Esta abordagem não passou despercebida, gerando um debate aceso na opinião pública. Embora o Presidente Ouattara ainda não tenha confirmado a sua participação nestas eleições, aumenta a pressão para que se posicione claramente. Aos 82 anos, continua a ser uma figura indiscutível na política marfinense, mas alguns sublinham a importância de permitir uma renovação da cena política e incentivar o surgimento de novas gerações.
Perante esta ascensão de poder do RHDP, a oposição não fica de fora. O ex-presidente Laurent Gbagbo, embora atualmente inelegível devido à sua condenação em 2018, foi nomeado pelo seu partido, o Partido Popular Africano – Costa do Marfim (PPA-CI). Esta situação promete um confronto político sem precedentes durante as próximas eleições presidenciais.
A questão desta eleição vai muito além da simples questão da liderança. Este é um momento crucial para a Costa do Marfim, uma oportunidade para consolidar as conquistas democráticas e fortalecer a estabilidade política do país. Os eleitores terão de escolher entre a continuidade personificada por Ouattara, com os seus sucessos económicos e as suas reformas, e a mudança representada por uma nova geração de líderes.
Para além das disputas partidárias, é hora de refletir sobre o futuro da nação marfinense e os valores que a norteiam. Os desafios que temos pela frente exigem decisões corajosas e uma visão clara para o futuro. As eleições presidenciais de 2025 serão um momento crucial para a Costa do Marfim e os cidadãos terão um papel decisivo a desempenhar na definição do seu futuro político.