Avenida Saïo em Kinshasa: entre promessas inacabadas e esperanças renovadas

Neste dia de Maio em Kinshasa, a Avenida Saïo ainda ressoa os ecos inacabados dos trabalhos de reabilitação realizados sob o mandato do governador cessante, Gentiny Ngobila Mbaka. Uma imagem marcante de incompletude e falta de vontade política que deixa os habitantes desta zona da cidade à espera de uma transformação prometida mas nunca concretizada.

O troço entre as avenidas Makanza e Ngiri-Ngiri, há muito deixado por resolver, simboliza por si só a desilusão dos cidadãos face a compromissos não cumpridos. Quer se trate da operação Kin-Bopeto ou de outras iniciativas de renovação urbana, a Avenida Saïo continua a ser um testemunho comovente da divisão entre o discurso político e a realidade no terreno.

As máquinas abandonadas, congeladas à espera de uma retoma do trabalho que não chega, parecem encarnar a imobilidade e o abandono que por vezes caracterizam a governação local. Os riscos de vandalismo e de saque destes equipamentos parados demonstram a urgência de reagir, de dar vida a este projecto que ficou parado.

Para além do aspecto material, é também a confiança dos habitantes que fica abalada com estes projectos inacabados. Como podemos acreditar num futuro melhor quando as promessas de desenvolvimento continuam a ser letra morta, perguntam os moradores da Avenida Saïo com desilusão.

Enquanto o governador cessante vira a página do seu mandato, a questão permanece: o que será da Avenida Saïo, testemunha muda de uma vontade política tímida? Com a chegada de um novo governador eleito, renasce a esperança de que esta secção urbana recupere finalmente a sua vitalidade e funcionalidade, participando assim no embelezamento e modernização da capital congolesa.

Em suma, a Avenida Saïo encarna promessas quebradas e esperanças de ser reinventada. O seu destino revela a necessidade de uma acção política coerente, transparente e resoluta para dar nova vida à paisagem urbana de Kinshasa. Talvez seja hora de passar do discurso à ação, para que amanhã a Avenida Saïo não seja mais o símbolo da incompletude, mas sim da resiliência e da renovação.

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