Na cimeira da Liga Árabe em Manama, a contínua ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza esteve no centro do debate. Os líderes dos 22 países membros apelaram a uma conferência internacional para a paz no Médio Oriente e à criação de um Estado palestiniano independente.
O Rei Abdullah II da Jordânia alertou para as consequências devastadoras que esta destruição terá sobre as gerações em Gaza, que enfrentam a morte e a injustiça. Salientou que a região e o mundo não encontrarão estabilidade na violência e nos conflitos actuais. Ele apelou ao fim desta guerra e à assunção da responsabilidade moral e humanitária para resolver um conflito secular.
O conflito em Gaza eclodiu após o ataque do Hamas ao sul de Israel, resultando na morte de cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis. A retaliação militar de Israel custou a vida a cerca de 35 mil pessoas, na sua maioria civis, criando uma situação humanitária desastrosa.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, reiterou o seu apelo a um cessar-fogo humanitário em Gaza, à libertação de todos os reféns detidos no enclave e ao acesso irrestrito para a entrega de ajuda.
O presidente egípcio, Abdel-Fattah al-Sisi, cujo país desempenhou um papel mediador no conflito, lamentou a recusa de Israel em chegar a um cessar-fogo com o Hamas. Sublinhou que se engana quem pensa que a segurança e as soluções militares podem garantir interesses ou garantir a segurança.
A declaração final da cimeira apelou também à protecção internacional e ao envio de forças de manutenção da paz da ONU para os territórios palestinianos ocupados até que seja implementada uma solução de dois Estados.
A Cimeira de Manama sublinhou assim a urgência de encontrar soluções diplomáticas e humanitárias para este conflito secular que continua a custar vidas inocentes e a semear a desolação. A comunidade internacional deve agir de forma concertada para pôr fim a esta espiral de violência e finalmente oferecer um raio de esperança para a paz no Médio Oriente.