Processo eleitoral na RDC: irregularidades e controvérsias põem em causa a transparência e integridade das eleições

O processo eleitoral na República Democrática do Congo (RDC) é altamente controverso e marcado por irregularidades. Vários relatórios mencionam problemas como a implantação tardia de equipamentos nas assembleias de voto, a violência física observada em determinados centros e o mau funcionamento dos Dispositivos Electrónicos de Votação (Dev). Estas irregularidades põem em causa a transparência e a integridade do processo eleitoral.

Alguns actores políticos, como Martin Fayulu, candidato presidencial, acreditam que estas irregularidades poderiam ter sido evitadas se a Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) tivesse concordado em adiar as eleições por 7 a 10 dias. Segundo eles, isso teria ajudado a resolver problemas logísticos e a garantir eleições mais transparentes e pacíficas.

Numa declaração ao ACTUALITE.CD, Martin Fayulu disse: “Se Dénis Kadima queria organizar eleições transparentes e pacíficas, deveria ter pedido um adiamento de uma semana ou 10 dias. As eleições poderiam ter sido realizadas ainda no dia 30 de Dezembro, como em 2018. Isto teria permitido a distribuição dos materiais em todas as assembleias de voto. Ele não fez isso só porque estava planejando o caos.”

Catherine Samba-Panza, chefe da missão internacional de observação eleitoral, também expressou preocupação com problemas logísticos durante as eleições. Ela afirma que o adiamento poderia ter evitado essas dificuldades. Segundo ela, teria sido sensato fazer esta mudança a montante do processo eleitoral.

Perante estas irregularidades e a disputa sobre a qualidade das eleições, Martin Fayulu, Dénis Mukwege, Théodore Ngoy, Jean-Claude Baende e Nkema Liloo planeiam formar uma coligação com o campo de Katumbi para exigir o cancelamento e a reorganização das eleições. Uma grande manifestação está prevista para 27 de Dezembro em Kinshasa com o objectivo de fazer valer esta exigência.

Os riscos são elevados para a RDC, porque estas eleições presidenciais são consideradas um momento chave na consolidação democrática do país. É fundamental que o processo eleitoral decorra de forma transparente e credível para garantir a legitimidade do futuro presidente.

Perante protestos e apelos ao cancelamento das eleições, é essencial que as autoridades competentes, nomeadamente a CENI, tenham em conta as preocupações levantadas e atuem de forma justa e transparente para restaurar a confiança no processo eleitoral.

A RDC merece eleições justas, democráticas e transparentes. É essencial que todas as partes interessadas se envolvam num diálogo construtivo para encontrar soluções que garantam uma verdadeira expressão da vontade do povo congolês. O futuro político do país depende disso.

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