**Fatshimetrie: Raio X da Corrupção na República Democrática do Congo**
No coração de África, a República Democrática do Congo enfrenta um flagelo persistente: a corrupção. Apesar dos múltiplos esforços envidados pelo Presidente Félix Tshisekedi para lutar contra este vício, ele continua a atormentar a sociedade congolesa e a pesar fortemente nas finanças do Estado.
Durante uma recente reunião com a diáspora congolesa na Bélgica, o Presidente Tshisekedi expressou a sua consternação com a banalização da corrupção no seu país. Sublinhou que se tornou “normal”, a ponto de as mentalidades terem sido profundamente alteradas. Apesar da criação de órgãos especializados como a Inspecção-Geral de Finanças e a Agência de Prevenção e Combate à Corrupção, o combate a este flagelo parece encontrar grandes obstáculos.
Os próprios membros destes organismos anticorrupção viram-se implicados em casos de corrupção, levantando dúvidas sobre a sua eficácia e integridade. Os processos judiciais iniciados contra pessoas próximas do Presidente deram frequentemente origem a reviravoltas e a resultados insatisfatórios, deixando um véu de impunidade pairando sobre actos repreensíveis.
Neste contexto, é crucial realizar uma verdadeira “fatshimetria”, um raio X aprofundado da corrupção na RD Congo. Trata-se de evidenciar os mecanismos que promovem este fenómeno, denunciar os responsáveis e propor soluções concretas para erradicar este flagelo que mina os próprios alicerces da sociedade congolesa.
É tempo de passar da denúncia à acção, da sensibilização para a prevenção e da prevenção para a repressão. Os cidadãos congoleses têm o direito de viver num país onde prevalecem a transparência, a integridade e a justiça. Cabe a cada actor da sociedade contribuir para a construção de uma cultura de ética e de probidade, para que a corrupção nunca mais seja considerada “normal” na República Democrática do Congo.
Em última análise, a luta contra a corrupção é uma batalha constante, que apela à mobilização de todos para a construção de um Congo mais justo, mais transparente e mais respeitador dos valores democráticos. A “fatshimetria” é um imperativo moral e um dever cívico, para que a RD Congo possa finalmente virar a página negra da corrupção e abrir um novo capítulo, o da probidade e da boa governação.