No início de 2024, a celebração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa na República Democrática do Congo assumiu particular importância. O evento teve lugar no dia 3 de maio, no Fleuve Congo Hôtel, reunindo vários atores do mundo da imprensa e da comunicação social, sob a égide de organizações profissionais como a União Nacional de Imprensa do Congo (UNPC) e Jornalistas em Perigo (JED), entre outros.
O tema escolhido este ano, centrado no papel crucial do jornalismo e da liberdade de expressão no contexto da crise ambiental global, suscitou debates acesos e posições comprometidas. Modeste Shabani, presidente interino do UNPC, destacou fortemente a questão da sobreexploração das florestas da Bacia do Congo e a necessidade de aumentar a consciência pública sobre a emergência ambiental. Apelou aos jornalistas para que sejam actores responsáveis, respeitadores do código de ética e de conduta profissional, ao mesmo tempo que denuncia firmemente qualquer tentativa de censura ou controlo dos meios de comunicação social.
A intervenção de Kasongo, destacando os desafios ligados às redes sociais, à desinformação e ao discurso tóxico, repercutiu nos participantes. Apelando ao desenvolvimento da verificação de factos e do jornalismo de soluções, sublinhou a importância do jornalismo rigoroso e independente para lançar luz sobre as questões sociais e apoiar as mudanças necessárias, especialmente sob o mandato do Presidente Félix Tshisekedi.
Jonathan Maghoma, da Parceria para a Protecção Integrada (PPI), alertou para a repressão de jornalistas em certas regiões do leste da RDC, onde mais de 80 profissionais tiveram de fugir do seu território devido a conflitos armados. Os testemunhos comoventes destes repórteres privados da sua liberdade de expressão destacaram a fragilidade de certas áreas do país e a necessidade imperiosa de proteger a liberdade de imprensa.
O apoio inabalável da Internews, através de formações e projetos destinados a reforçar as capacidades dos meios de comunicação locais, foi elogiado por todos os participantes. O diretor nacional da organização, Karim Benard Dende, sublinhou a importância de apoiar a comunidade e os meios de comunicação online para promover informação de qualidade e resiliente.
Em conclusão, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa na RDC foi palco de intercâmbios ricos e construtivos, testemunhando o compromisso das partes interessadas do sector com uma imprensa livre, independente e empenhada. Face aos desafios do nosso tempo, o papel crucial do jornalismo na construção de uma sociedade informada e esclarecida nunca foi tão essencial. Cabe a todos, cidadãos, jornalistas, meios de comunicação social e autoridades, proteger e promover este pilar democrático fundamental.