O impacto social e económico da demolição de propriedades ao longo da costa para o projecto Lagos-Calabar suscitou um intenso debate na sociedade nigeriana. A polémica em torno da escolha de iniciar o projecto em Lagos, resultando na destruição de bens imóveis e infra-estruturas, levantou questões legítimas sobre as prioridades do Governo Federal.
Os argumentos para iniciar o projecto em Calabar basearam-se na prevenção da destruição de propriedades e meios de subsistência dos residentes. Porém, o governo optou por Lagos, alegando o elevado volume de trânsito na região. Esta decisão visa maximizar as receitas geradas pelas portagens e acelerar o retorno do investimento, nomeadamente no âmbito de uma parceria público-privada.
Hafsat Abiola-Costello sublinhou que a escolha de iniciar o projecto em Lagos foi motivada por considerações económicas, ligadas ao potencial financeiro oferecido pelo significativo tráfego na região. No entanto, ela também reconheceu que a destruição de infra-estruturas poderia dissuadir potenciais investidores, destacando os desafios e compromissos inerentes a tais projectos de infra-estruturas.
Apesar da controvérsia e da perturbação causada pelas demolições, o governo decidiu pagar indemnizações aos proprietários afectados. A primeira fase de pagamentos já foi realizada, marcando uma tentativa de reparação dos danos causados pelo projeto.
O projecto Lagos-Calabar, planeado para ligar nove estados e passar por pontos-chave como o porto de águas profundas de Lekki, representa um grande desafio para o desenvolvimento de infra-estruturas na Nigéria. No entanto, o equilíbrio entre as necessidades económicas, as preocupações sociais e os impactos ambientais continua a ser um desafio crucial a superar na implementação deste grande projecto.
Em conclusão, a discussão em torno do projecto Lagos-Calabar destaca os dilemas enfrentados pelos decisores políticos quando se trata de desenvolvimento de infra-estruturas. A necessidade de conciliar os interesses económicos, sociais e ambientais sublinha a importância de uma governação inclusiva e transparente para garantir o sucesso e a sustentabilidade dos projectos nacionais.