O escritor palestino Basim Khandaqji despertou admiração e entusiasmo ao ganhar o prestigiado Prêmio Internacional de Ficção Árabe por seu romance “Uma Máscara, a Cor do Céu”. Originário de Nablus, Khandaqji foi homenageado por seu trabalho literário, apesar de sua dura realidade como detido em Israel por 20 anos.
O romance explora a complexa busca pela identidade através do personagem Nur, um arqueólogo que vive em um campo de refugiados em Ramallah. A descoberta de Nur de uma carteira de identidade israelense azul no bolso de um casaco velho dá origem a uma narrativa experimental e multifacetada. A trama se desenrola com profundidade comovente, revelando elementos de fragmentação familiar, deslocamento, genocídio e racismo.
O comitê do Prêmio Internacional de Ficção Árabe (IPAF) elogiou a capacidade de Khandaqji de tecer sutilmente os fios da história, do mito e do contemporâneo. A história está imbuída de uma compaixão vibrante face à desumanização e impulsionada por um desejo de liberdade face à opressão individual e colectiva.
A celebração da vitória de Khandaqji através do seu romance ressoa profundamente nos corações do povo palestino. O seu irmão, Yousef Khandaqji, proferiu palavras comoventes na cerimónia de entrega de prémios em Abu Dhabi, dedicando a vitória a todos os palestinianos e expressando a sua nostalgia e amor pelo seu irmão encarcerado.
O processo de criação de “Uma Máscara, a Cor do Céu” levou Khandaqji vários anos de pesquisa e seis meses de escrita. Apesar dos desafios e restrições impostas pela sua detenção, o escritor continuou a produzir coletâneas de poesia e romances, revelando a sua perseverança e paixão pela escrita.
Para além do aspecto literário, a vitória de Basim Khandaqji ilustra o poder da literatura como ferramenta de resistência e expressão face à adversidade. O seu trabalho oferece uma voz vibrante e autêntica a uma realidade muitas vezes marginalizada e silenciada.
Concluindo, “Uma Máscara, a Cor do Céu” incorpora o poder da criatividade e da resiliência humana face à opressão. Basim Khandaqji, através da sua escrita profunda e comovente, abre portas para uma compreensão mais profunda e empática de uma história marcada pela luta e pela sobrevivência.