Na República Democrática do Congo, um projeto ambicioso de perfuração de água em 1.000 localidades tornou-se alvo de controvérsia devido a possíveis irregularidades financeiras. Um relatório conjunto do Observatório da Despesa Pública e da Liga Congolesa de Luta contra a Corrupção iluminou questões de cobranças excessivas e desvio de fundos no acordo assinado entre o governo e o consórcio STEVERS Construct-sotrod Water em 2021, no valor de quase 399 milhões de dólares.
As suspeitas de peculato levaram à proposta de criação de uma comissão de acompanhamento para supervisionar o projeto. A transparência do processo de contratação pública foi questionada, com divergências entre o Ministro das Finanças, que defendeu a legalidade do procedimento, e críticos que apontaram possíveis violações das regras estabelecidas.
O caso foi levado a tribunal, buscando esclarecer as irregularidades e responsabilizar os envolvidos. O Procurador-Geral do Tribunal de Cassação iniciou investigações para localizar os furos de água entregues pelo projeto. A necessidade de transparência, eficiência e responsabilização na gestão de recursos públicos foi ressaltada, visando reconstruir a confiança dos cidadãos nas instituições governamentais e assegurar o uso adequado dos fundos para o benefício da população.
Além das questões específicas do projeto de perfuração de água, o caso destaca desafios mais amplos relacionados à governança, responsabilidade e integridade na gestão dos recursos públicos na RDC. É essencial que autoridades e sociedade civil pressionem por uma investigação aprofundada e uma resposta adequada para evitar violações de confiança no futuro e garantir um país mais transparente, justo e eficiente para todos os congoleses.