A recente decisão das autoridades ucranianas de aumentar a pressão sobre os homens em idade de recrutamento que vivem no estrangeiro gerou intensa controvérsia. Esta medida faz parte de uma revisão mais ampla das regras de mobilização do país, com o objetivo de reforçar suas defesas contra uma potencial invasão russa.
O Ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, anunciou a suspensão desses serviços em uma publicação nas redes sociais, enfatizando a necessidade de “restabelecer atitudes justas” em relação ao recrutamento. Face à agressão russa em grande escala, a proteção da pátria contra a destruição é a principal prioridade, destacou Kuleba, acrescentando que residir no exterior “não isenta o cidadão de seus deveres para com a pátria”.
A implementação desta medida será acompanhada de esclarecimentos adicionais sobre os procedimentos para a prestação de serviços consulares antes e depois da entrada em vigor de uma nova legislação que reforma os processos de mobilização do país.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou uma lei polêmica em 16 de abril, após mais de 4.000 alterações feitas pelos legisladores. Esta nova legislação entrará em vigor em 18 de maio e exige o registro de todos os homens com idades entre 18 e 60 anos no exército ucraniano, bem como a obrigação de manter permanentemente seus documentos de registro para tornar os processos de recrutamento mais eficientes e transparentes.
Uma das medidas que gerou controvérsia é a ausência de disposições para desmobilizar os soldados que serviram por longos períodos na linha de frente, o que causou indignação entre as famílias. Após a aprovação da lei, dezenas de esposas e familiares de militares se reuniram em frente ao Parlamento para protestar e exigir a inclusão de prazos de desmobilização.
A nova legislação tem como objetivo aumentar o número de tropas disponíveis para defender a Ucrânia, diante da declaração de Zelensky de que as forças armadas ucranianas estavam em grande desvantagem, com uma proporção de 10 para 1 a favor da Rússia. O líder da facção “Servidor do Povo” no Parlamento mencionou a necessidade de recrutar quase meio milhão de soldados adicionais, enquanto o Comandante-em-Chefe da Ucrânia estimou que o aumento seria provavelmente significativamente menor.
Em resumo, a necessidade da Ucrânia de fortalecer suas defesas contra a agressão russa provoca debates intensos e questões cruciais sobre o impacto dessas novas medidas na sociedade ucraniana e em seus cidadãos, tanto interna quanto externamente.