O autismo permanece amplamente desconhecido no Burundi, e as crianças autistas muitas vezes enfrentam estigma e são escondidas, acusadas de serem mimadas, birrentas ou até mesmo possuídas. No entanto, poucos pais, como Alice, mãe de três filhos, um dos quais é autista, compreendem a situação e oferecem apoio aos filhos.
Alice compartilha: “Muitos pais não compreendem isso; é algo que requer paciência e coragem. Alguns se sentem desencorajados e optam por esconder seus filhos, contratando cuidadores para mantê-los isolados em seus quartos.”
Neste contexto desafiador, o centro Talitha Koum está trabalhando para quebrar o tabu em torno do autismo. O nome do centro em hebraico significa “Levante-se e ande”, refletindo o seu objetivo de ajudar as crianças autistas a aprender e se desenvolver.
Jeanne d’Arc Nduwiyingoma, coordenadora do centro, explica: “Nosso foco é fornecer cuidados personalizados para cada criança, apoiar suas famílias e sensibilizar toda a comunidade que cerca a criança autista.”
Buscando se tornar um centro de excelência em autismo, o Talitha Koum também enfatiza a importância do diagnóstico precoce. A Dra. Mélissa Ingabire, do Departamento de Integração Sensorial, ressalta que o autismo não é uma doença, e sim um distúrbio que necessita de diagnóstico e intervenção precoces.
O centro Talitha Koum tem sido apoiado por iniciativas como uma corrida organizada por ciclistas do Clube Zinduka, cujo objetivo era aumentar a conscientização sobre o autismo e arrecadar fundos para apoiar o centro.
Desde a sua inauguração em 2020, o centro Talitha Koum já rastreou cerca de 200 crianças, mas apenas cerca de vinte delas estão recebendo cuidados diretamente no centro.
Esta abordagem busca mudar mentalidades, sensibilizar a população e oferecer um futuro mais promissor para as crianças autistas, mostrando que com apoio e compreensão, elas podem se desenvolver plenamente.