A comunidade judaica tunisina está planejando uma peregrinação mais pequena este ano para a Sinagoga El-Ghriba, uma das mais antigas do mundo, em Djerba. A decisão acontece menos de um ano após um tiroteio que abalou a comunidade durante as celebrações do feriado de Lag B’Omer. O evento tradicionalmente atraía milhares de fiéis para a ilha do Norte de África, onde vive uma grande parte dos 1.500 judeus tunisinos.
O tiroteio ocorreu logo depois da guerra entre Israel e o Hamas, que reverberou pelo Médio Oriente e Norte de África, provocando protestos em vários países, incluindo a Tunísia. Apesar da maioria dos protestos ter sido pacífica, em outubro do ano passado, uma sinagoga em Al-Hammah foi profanada por manifestantes.
A decisão de limitar a peregrinação deste ano é vista como uma medida de segurança após o tiroteio na Sinagoga El-Ghriba, que resultou na morte de cinco pessoas. A comunidade judaica, liderada por Perez Trabelsi, expressou confiança nas autoridades tunisinas em assegurar a segurança do evento.
No entanto, a restrição das festividades de Lag B’Omer é um golpe para o turismo em Djerba, que no ano passado recebeu mais de 7.000 visitantes durante o evento de três dias. A ação visa garantir a proteção da comunidade judaica, reforçando a mensagem de tolerância e coexistência defendida pela Tunísia e por Djerba.
Questões semelhantes foram levantadas em relação a peregrinações judaicas em Marrocos, historicamente um lar da maior comunidade judaica do Norte de África. A Federação Internacional dos Judeus Marroquinos também pediu medidas de segurança adicionais em eventos semelhantes.
É importante ressaltar que o evento em Djerba é uma tradição antiga e significativa para a comunidade judaica tunisina, simbolizando a coexistência pacífica e a importância da tolerância religiosa.