Num momento de crescente tensão em torno da questão do aborto nos Estados Unidos, a Vice-Presidente Kamala Harris fez declarações firmes durante uma recente visita ao Arizona. Em resposta à validação judicial de uma proibição quase total do aborto, Harris responsabilizou o ex-presidente Donald Trump, chamando-o de “arquiteto” do declínio dos direitos das mulheres no que diz respeito ao aborto.
Durante seu discurso, Harris criticou Trump sem rodeios, acusando-o de querer retroceder o país para os sombrios anos 1800 em relação aos direitos reprodutivos. Ela alertou para as terríveis consequências de um possível segundo mandato de Trump, prevendo mais restrições, sofrimento e limitações das liberdades individuais.
A decisão da Suprema Corte do Arizona, baseada em uma lei de 1864 que proíbe o aborto desde a concepção, gerou um debate acalorado e reações diversas. Apesar dessa proibição quase total, as exceções para casos em que a vida da mãe está em perigo são limitadas, excluindo a violação e o incesto como motivos válidos.
O impacto dessa decisão nas próximas eleições presidenciais não pode ser subestimado. O aborto está se tornando uma questão central, especialmente em estados-chave como o Arizona, onde cada voto conta. Os Democratas, liderados por Joe Biden, destacam a defesa do direito ao aborto para mobilizar seu eleitorado e confrontar a ascensão conservadora representada por Trump.
O aumento das restrições ao aborto em vários estados dos EUA expôs a profunda divisão entre defensores e opositores desse direito fundamental. Enquanto alguns consideram que essas medidas vão longe demais e ameaçam as liberdades individuais, outros as apoiam ativamente em nome de convicções religiosas ou morais.
Em meio a esse contexto altamente polarizado, a postura dos políticos torna-se crucial. Enquanto Trump tentou manter uma posição conciliatória, deixando que os estados legislassem sobre o aborto, Harris o acusou de jogar um jogo duplo, tentando agradar eleitores evangélicos enquanto mantinha ambiguidade sobre sua posição real.
A batalha pelo direito ao aborto nos Estados Unidos está longe de acabar. Diante de decisões judiciais controversas e de uma opinião pública dividida, as próximas eleições podem moldar o futuro dos direitos das mulheres no país.