O episódio de fortes chuvas e inundações no Quénia está longe de ser trivial. Estes fenómenos climáticos extremos criaram um verdadeiro caos em diferentes regiões do país, deixando um rasto de destruição e desolação.
Segundo a imprensa local, até à data registaram-se onze mortes relacionadas com as cheias e mais de duas mil pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, ficando sem abrigo e sem recursos. Willis Omulo, residente na Baía de Homa, descreve a situação com palavras comoventes, evocando pessoas indigentes deslocadas internamente, privadas de abrigo e de terras agrícolas submersas.
A coabitação com a vida selvagem apenas aumentou as dificuldades: hipopótamos famintos, forçados a abandonar as suas pastagens inundadas, vagueiam agora pelas comunidades locais, criando um clima de insegurança. Esta situação levanta questões de protecção tanto para os residentes como para a vida selvagem, destacando os riscos ambientais associados a fenómenos meteorológicos extremos.
As pessoas foram avisadas pelo Departamento Meteorológico do Quénia sobre chuvas invulgarmente fortes, o que levou as pessoas a prepararem-se para as inundações. Apesar destes avisos, as consequências continuam a ser dramáticas. No condado de Kirinyaga, as estradas comunitárias ficaram submersas pela água, paralisando os serviços de transporte e isolando as populações locais.
Um acontecimento trágico ocorreu recentemente no norte do país, quando um autocarro que transportava 51 passageiros foi arrastado pelas águas de uma ponte, exigindo uma operação de resgate de emergência. Estas tragédias tornam palpável a urgência de reforçar medidas de prevenção e gestão dos riscos ligados às intempéries, bem como a importância de sensibilizar a população para a segurança face a fenómenos naturais extremos.
Confrontado com estas dificuldades, o Quénia deve mobilizar recursos para enfrentar os desafios colocados pelas alterações climáticas e pelas catástrofes naturais. A solidariedade e a ajuda mútua serão essenciais para superar os desafios atuais e construir um futuro mais resiliente face aos riscos climáticos.