[Fatimetria]
Comércio ilegal de marfim online: um flagelo persistente
A ascensão da Internet revolucionou os nossos padrões de consumo, facilitando o acesso a uma infinidade de produtos com um simples clique. Infelizmente, esta facilidade de acesso também abriu a porta a um comércio ilícito e imoral: o tráfico de marfim online.
Apesar dos esforços envidados pelas autoridades para regular o comércio de marfim, especialmente na União Europeia, é claro que o flagelo persiste. O Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (Ifaw) conduziu recentemente uma investigação reveladora, destacando a presença ainda ativa de anúncios que oferecem objetos de marfim em sites de vendas e leilões online em vários países europeus.
Os números são alarmantes: mais de 1.300 peças de marfim foram identificadas em apenas 23 dias em 49 locais diferentes. Apesar dos regulamentos rigorosos em vigor, a maioria destas listagens não forneceu qualquer prova de legalidade quanto à proveniência dos itens. Além disso, muitas dessas listagens permitiam remessas internacionais, uma prática normalmente restrita.
Esta situação realça a ineficácia das medidas em vigor e levanta inúmeras questões sobre a vontade dos Estados-membros da União Europeia em fazer cumprir estas regras. Já é tempo de serem tomadas medidas concretas para travar este tráfego prejudicial.
O Reino Unido deu o exemplo ao adoptar legislação rigorosa relativa ao comércio de marfim de elefante, com sanções financeiras dissuasivas. Os resultados são convincentes, com uma redução significativa no número de anúncios que oferecem objetos de marfim. É evidente que as medidas restritivas podem ter um impacto verdadeiramente positivo na luta contra este flagelo.
É essencial sensibilizar o público em geral para as consequências nefastas da compra e venda de objectos de marfim. Ao incentivar este comércio, participamos diretamente na caça furtiva de vida selvagem, colocando em risco a sobrevivência de muitas espécies ameaçadas.
A União Europeia deve agir urgentemente para reforçar a aplicação e garantir que o comércio ilegal de marfim em linha seja eficazmente combatido. Trata-se de proteger a biodiversidade e preservar as espécies animais que habitam o nosso planeta.
É hora de agir, mobilizar e fazer ouvir as nossas vozes para pôr fim a esta prática bárbara e destrutiva. Juntos podemos fazer a diferença e proteger a vida selvagem para as gerações futuras.