Na arena política da República Democrática do Congo, o partido União Nacional dos Fédéralistes du Congo (UNAFEC), fundado pelo falecido Gabriel Kyungu wa Kumwanza, está actualmente envolvido numa dolorosa luta interna. As divisões que abalam este partido político evidenciam um conflito de poder e legitimidade, pondo em perigo a unidade e a estabilidade da UNAFEC.
Tudo começou com a decisão do Presidente interino da UNAFEC, Jean Ladislas Umba Lungange, de anunciar a sua candidatura ao cargo de Presidente da Assembleia Provincial de Haut-Katanga. Esta abordagem causou uma divisão dentro do Presidium, com alguns membros apoiando outro candidato. Em resposta a esta dissensão, Jean Ladislas Lungange decidiu destituir três altos executivos do partido, acusando-os de usurpação do poder e de desrespeito pelos princípios fundamentais do partido.
No entanto, esta decisão foi contestada pelos dois vice-presidentes da UNAFEC, Mireille Masangu e Sakina Binti, que por sua vez tomaram medidas de remoção contra Jean Ladislas Umba Lungange. Estas ações amplificaram a crise dentro do partido, destacando tensões profundas e crescente desconfiança entre os membros do presidium.
Esta situação expõe a fragilidade da UNAFEC e levanta a questão da sua sustentabilidade. Desde a morte do seu carismático fundador, Gabriel Kyungu, o partido tem sido abalado por saídas de membros proeminentes e dissensões internas. Sem a liderança de Gabriel Kyungu, a UNAFEC parece estar atormentada pela incerteza e pela fragmentação, comprometendo o seu futuro político.
A situação da UNAFEC reflecte um fenómeno mais amplo na RDC, onde muitos partidos políticos desapareceram após a morte dos seus líderes. Esta realidade levanta questões sobre a capacidade dos partidos políticos congoleses para garantir a sua continuidade e legitimidade para além da figura emblemática do seu fundador.
É urgente que os partidos políticos na RDC repensem a sua organização e formem uma sucessão sólida para garantir a sua sobrevivência e desenvolvimento. O falecimento de Gabriel Kyungu destacou as falhas na UNAFEC e sublinha a necessidade dos partidos políticos se prepararem para transições de liderança para evitar o colapso e a dissolução que aguarda aqueles que dependem apenas da personalidade do seu fundador.
Em conclusão, a actual crise no seio da UNAFEC revela os desafios enfrentados por muitos partidos políticos na RDC. Esta situação exige uma reflexão profunda sobre a consolidação dos partidos, a sua governação interna e a sua capacidade de garantir a sua sustentabilidade para além das figuras emblemáticas que os criaram.