**Fatshimetrie: Os desafios da corrida ao cobalto na República Democrática do Congo**
Nos últimos anos, a questão do fornecimento de cobalto proveniente da República Democrática do Congo (RDC) tornou-se uma questão importante na cena internacional. Com um subsolo extremamente rico estimado em 24 biliões de dólares, a RDC é o primeiro produtor mundial de cobre, mas é sobretudo a sua produção de cobalto que atrai os desejos das grandes empresas mineiras.
Um acordo recente entre a empresa mineira Electra Battery Materials e o grupo luxemburguês Eurasian Resources Group (ERG) sublinha a importância estratégica do cobalto na transição energética global. Na verdade, o cobalto é um elemento essencial na fabricação de baterias para veículos elétricos, uma indústria em expansão. Este acordo permitirá à Electra adquirir cobalto congolês a partir de 2026, fortalecendo a posição dos Estados Unidos na cadeia de abastecimento de minerais críticos.
A produção de cobalto na RDC está a aumentar constantemente, como mostram os números do Banco Central do Congo que indicam uma produção de 139.838 toneladas de cobalto em 2023. Este aumento na mineração congolesa, no entanto, levanta preocupações em termos de condições de trabalho dos mineiros, ambientais impacto e gestão dos recursos naturais.
Torna-se, portanto, essencial garantir que a exploração do cobalto na RDC seja realizada de forma sustentável e responsável, garantindo o respeito pelos direitos dos trabalhadores, a proteção do ambiente e a distribuição justa dos lucros desta indústria mineira. As autoridades congolesas e as empresas mineiras envolvidas devem trabalhar em estreita colaboração para garantir que a exploração do cobalto beneficie verdadeiramente o desenvolvimento económico e social do país.
Em suma, a corrida ao cobalto na RDC realça os múltiplos desafios e questões ligadas à mineração num contexto de procura crescente de minerais essenciais para a transição energética. É essencial encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento económico, a protecção ambiental e o respeito pelos direitos humanos para que esta indústria mineira possa contribuir positivamente para o desenvolvimento sustentável da RDC e da comunidade internacional como um todo.
A partir de agora, a gestão deste recurso estratégico deve ser abordada com uma visão de longo prazo, colocando as pessoas e o ambiente no centro das preocupações, para que o cobalto congolês possa ser verdadeiramente um motor de progresso e desenvolvimento para todos.