Fatshimetrie pinta um quadro alarmante da situação humanitária em Gaza. No coração da cidade de Rafah, mais de metade da população deste território sem litoral encontrou refúgio, mas enfrenta agora dificuldades financeiras intransponíveis. Os moradores lamentam o difícil acesso à já limitada ajuda humanitária, enquanto os alimentos nas bancas do mercado da cidade, invadidos por milhares de pessoas, revelam-se demasiado caros.
Hanaa Asdoudy, moradora de Rafah, expressa com amargura: “É apenas a vontade de Deus que nos mantém vivos. A ajuda que chega não é suficiente, as pessoas não têm o suficiente para se alimentarem, o mundo está sofrendo de privação”. O Tribunal Internacional de Justiça ordenou recentemente que Israel tomasse medidas para melhorar a situação humanitária em Gaza, inclusive abrindo mais passagens terrestres para permitir a entrega de alimentos, água, combustível e outros suprimentos vitais neste enclave devastado pela guerra.
O conflito que eclodiu após os ataques de 7 de Outubro perpetrados pelo Hamas mergulhou Gaza no caos, minando os esforços das Nações Unidas e das organizações humanitárias internacionais para fornecer ajuda essencial. O número de vítimas dos confrontos é elevado, com mais de 32 mil palestinos mortos, segundo as autoridades locais. O Ministério da Saúde de Gaza não faz distinção entre civis e combatentes, mas estima que quase dois terços das vítimas são mulheres e crianças.
A campanha militar israelita deslocou mais de 80% da população de Gaza, causando danos consideráveis e uma crise humanitária em grande escala. As agências humanitárias das Nações Unidas salientam que praticamente toda a população de Gaza está a lutar para se alimentar adequadamente, com centenas de milhares de pessoas à beira da fome, especialmente no norte de Gaza, duramente atingida pela violência.
Fatshimetrie destaca a urgência da situação em Gaza, onde a ajuda humanitária continua insuficiente para satisfazer as necessidades básicas da população. A comunidade internacional deve redobrar os seus esforços para garantir um acesso rápido e seguro aos suprimentos essenciais, para evitar uma catástrofe humanitária ainda maior nesta região fustigada por décadas de conflito.