O governo etíope anunciou recentemente o seu plano de repatriar cerca de 70.000 dos seus cidadãos que vivem na Arábia Saudita, um programa que terá início no início do próximo mês de Abril. Esta iniciativa, a terceira do género desde 2018, visa ajudar os etíopes em situações difíceis no reino saudita.
O Ministro de Estado Birtukan Ayano não disse se os repatriados estavam legalmente na Arábia Saudita quando fez o anúncio. As administrações regionais serão responsáveis por garantir a reintegração destes homens e mulheres nas suas regiões de origem.
Os custos de repatriamento incluirão bilhetes de avião, estadia temporária em centros de transição em Adis Abeba e assistência financeira para lhes permitir reconstruir as suas vidas. É importante destacar que a Etiópia acolhe atualmente cerca de 917 mil refugiados de países vizinhos, como o Iémen. Além disso, cerca de quatro milhões de etíopes foram deslocados devido a conflitos internos e desafios ambientais.
Contudo, deve notar-se que foram feitos cortes orçamentais para apoiar estes grupos vulneráveis. Em 22 de Março, o Serviço Etíope para Refugiados e Retornados organizou uma reunião em Adis Abeba com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e outras partes interessadas para aumentar a sensibilização sobre os cortes no financiamento para operações de ajuda aos refugiados na Etiópia. Apelaram aos parceiros e doadores para que contribuíssem com o financiamento necessário para satisfazer as necessidades urgentes dos refugiados e requerentes de asilo.
Em Março de 2022, foi alcançado um acordo entre Adis Abeba e Riade para o repatriamento de mais de 100.000 cidadãos etíopes, no meio de acusações contra a Arábia Saudita de maus-tratos a trabalhadores estrangeiros. A medida ilustra os esforços para garantir a segurança e o bem-estar dos cidadãos etíopes no estrangeiro.
É essencial garantir que esta repatriação se realize no respeito pelos direitos humanos e nas melhores condições possíveis para as pessoas em causa. Este processo deverá também encorajar uma reflexão mais ampla sobre as condições de trabalho dos migrantes nos países do Golfo e as medidas a implementar para garantir a sua protecção e dignidade.