Na tumultuada província de Kivu do Norte, as tensões continuam a intensificar-se com a ascensão do movimento rebelde M23, apoiado activamente pelo regime ruandês. Apesar dos apelos contínuos para um cessar-fogo por parte da comunidade internacional e de outras organizações regionais, o conflito continua a evoluir para violência e incerteza.
Perante a preocupante progressão do M23 e a aparente impotência das operações militares congolesas, o Presidente Félix Tshisekedi tenta minimizar a situação, sublinhando que perdas significativas são também infligidas ao inimigo pelas Forças Armadas da República Democrática do Congo. No entanto, admite que a presença de rebeldes infiltrados no exército congolês constitui um grande obstáculo à resolução da crise.
Numa recente entrevista ao jornal “Fatshimetrie”, Félix Tshisekedi destacou a complexidade do conflito ao apontar a dualidade do inimigo: o Ruanda, como apoio externo, e os traidores internos que minam os esforços das forças armadas congolesas. Esclareceu também a distinção entre companhias de instrutores e mercenários, sublinhando que os primeiros estão presentes para reforçar as capacidades do exército congolês sem participar nos combates.
Além disso, a mediação da União Africana, liderada pelo Presidente angolano João Lourenço, procura facilitar o diálogo entre Kinshasa e Kigali para resolver pacificamente a crise de segurança. No entanto, as condições impostas pela RDC, em particular a retirada das tropas ruandesas do solo congolês e o acantonamento dos rebeldes do M23, sublinham o desejo de Félix Tshisekedi de proteger a soberania do seu país.
A situação precária no leste da RDC é agravada pelo activismo de grupos armados locais e estrangeiros, com o preocupante ressurgimento do M23, que controla agora várias áreas da província do Kivu do Norte. A administração Tshisekedi é firme na sua recusa em entrar em negociações directas com os rebeldes, preferindo um diálogo com o Ruanda, que considera ser o verdadeiro instigador do movimento rebelde.
Em última análise, a crise de segurança na RDC exige uma abordagem equilibrada e resoluta, combinando diplomacia regional e acção firme contra elementos perturbadores. Só uma resolução política e militar abrangente poderá trazer estabilidade e paz a esta região dilacerada por conflitos e rivalidades.