A presença da TotalEnergies em África, que celebra esta semana o seu centenário, é inegável. Através das suas operações no continente desde 1956, a potência económica multinacional está a minar as comunidades locais e os ecossistemas frágeis.
Operando em mais de 130 países, a TotalEnergies continua a ser um interveniente dominante no sector dos hidrocarbonetos em África. Desde o projecto de GNL em Moçambique até aos investimentos no Uganda, a busca desenfreada do lucro da empresa colocou frequentemente os interesses financeiros acima do bem-estar das populações locais.
As consequências ambientais destes projectos são alarmantes. As estimativas das emissões de carbono do projecto Mozambique LNG foram comparadas com as emissões anuais combinadas dos 27 países da UE, ameaçando as metas do Acordo de Paris. Além disso, os recentes desastres naturais demonstram o impacto devastador das actividades da TotalEnergies em regiões já vulneráveis.
Sendo uma grande empresa em África, a TotalEnergies deve assumir a responsabilidade pelas suas ações e adotar uma abordagem que respeite mais o ambiente e as comunidades locais. Os governos devem assumir a liderança no direcionamento dos investimentos para soluções sustentáveis que preservem a saúde do planeta e dos seus habitantes.
É crucial que as lições aprendidas com a trajetória da TotalEnergies sirvam de catalisador para uma transição energética responsável, baseada na sustentabilidade, na justiça e no respeito. O futuro de África e do planeta depende da nossa capacidade de repensar as nossas prioridades e agir de forma consistente com o nosso compromisso com um futuro melhor para todos.
Em última análise, é hora da TotalEnergies redefinir o seu papel como ator global, com foco na sustentabilidade, ética e responsabilidade social. Só uma mudança radical de mentalidade e de práticas poderá conduzir a empresa e a indústria como um todo a um futuro mais justo e amigo do ambiente.