Com o aumento do desperdício alimentar à escala global, está a surgir um problema cada vez mais preocupante no interior dos lares. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), mais de um bilhão de refeições são jogadas fora todos os dias, levando a uma perda colossal de alimentos em todo o mundo.
O relatório recentemente divulgado do Índice de Desperdício Alimentar do PNUA para 2024 destaca que cerca de 19% dos alimentos produzidos globalmente foram desperdiçados em 2022, ou cerca de 1,05 mil milhões de toneladas métricas. Este enorme desperdício é observado principalmente em residências com 60%, seguido por restaurantes e serviços de alimentação.
Com a cobertura de dados quase a duplicar desde o último relatório em 2021, é agora possível observar uma maior convergência na quantidade média de desperdício alimentar per capita nos agregados familiares. As diferenças observadas entre países de rendimento elevado, de rendimento médio-alto e de baixo rendimento em termos de desperdício alimentar doméstico são de apenas 7 kg per capita por ano, de acordo com o relatório.
Além do impacto social destes resíduos, é necessário considerar o seu impacto ambiental. Na verdade, a produção de alimentos cria uma pegada ecológica significativa, através da utilização da terra e da água para o cultivo e a criação de animais, bem como as resultantes emissões de gases com efeito de estufa.
Este relatório, com 172 páginas, surge num momento chave em que 783 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de fome crónica. Destaca a necessidade urgente de tomar medidas para reduzir o desperdício alimentar e promover uma gestão mais responsável dos recursos alimentares.
É tempo de cada um de nós repensar a forma como consumimos, valorizar cada alimento e contribuir, ao nosso nível, para o combate a este problema global. Cada gesto conta e juntos podemos fazer a diferença para um futuro mais sustentável e equitativo para todos.