Nas animadas ruas de Abidjan, a Páscoa não significa apenas a tradicional caça aos ovos para todos. Com efeito, na capital da Costa do Marfim, a compra de chocolates de Páscoa continua a ser um luxo reservado a uma elite rica, enquanto para a maioria das famílias esta celebração é pouco conhecida.
Os preços exorbitantes do chocolate tornam esta guloseima inacessível para a maioria dos habitantes locais. Num centro comercial de luxo, um simples saco de ovos praliné suíços pode custar até 10.200 francos CFA, limitando assim o acesso a esta tradição aos expatriados e às classes mais altas.
Mesmo as produções locais, como os chocolates da marca marfinense MonChoco, atraem preços elevados, desencorajando assim uma grande parte da população de participar na tradicional celebração da Páscoa.
Contudo, uma elite globalizada, cujos filhos frequentam escolas internacionais, está gradualmente a adoptar tradições ocidentais, incluindo a caça aos ovos e a degustação de chocolate. Esta abertura à globalização leva à organização de diversos eventos, como a caça aos ovos no jardim botânico de Bingerville, que visam sensibilizar as crianças para a importância do chocolate na sua alimentação.
Assim, longe dos costumes locais, a celebração da Páscoa em Abidjan está gradualmente a transformar-se para se adaptar às influências globais, oferecendo a alguns a oportunidade de vivenciar uma tradição outrora estrangeira. Um desenvolvimento que levanta questões sobre a integração desta cultura do chocolate na sociedade marfinense e as desigualdades no acesso a este deleite festivo.