Não há como negar que a crise migratória global continua a cobrar o seu preço, continuando a surgir números preocupantes. Um relatório recente da Organização Internacional para as Migrações (OIM) concluiu que quase 60% das mortes de migrantes em 2023 foram devido a afogamento, destacando a urgência da situação.
Ao longo de 2024, as tendências, infelizmente, não parecem estar a melhorar, especialmente ao longo da rota do Mediterrâneo, onde o número de mortes permanece elevado, apesar de uma queda significativa nas chegadas em comparação com o ano anterior. Estas mortes representam uma perda trágica não só para os indivíduos envolvidos, mas também para as suas famílias e comunidades, muitas delas permanecendo não identificadas.
Os números revelados pela OIM destacam a vulnerabilidade das mulheres e crianças nas rotas migratórias, com mais de 5.500 mulheres e quase 3.500 crianças identificadas como mortas nos últimos anos. No entanto, o verdadeiro número de mortes nestes grupos demográficos é provavelmente muito mais elevado, dado que milhares de mortes permanecem em situação irregular.
Perante esta crise humanitária, é crucial concentrar-se em ações concretas para melhorar a segurança das rotas migratórias para as pessoas que fogem de zonas de conflito e angústia. O apelo do Diretor-Geral Adjunto da OIM, Ugochi Daniels, para recolher informações detalhadas para criar rotas de migração mais seguras é de suma importância para a proteção de vidas humanas.
É mais imperativo do que nunca sensibilizar o público para esta crise humanitária e trabalhar em conjunto para encontrar soluções duradouras que protejam a dignidade e os direitos fundamentais dos migrantes. As tragédias que continuam a desenrolar-se no mar e nas rotas migratórias perigosas devem inspirar-nos a agir com compaixão e determinação para evitar novas perdas trágicas no futuro.
Em última análise, a situação actual exige uma solidariedade internacional renovada e acções concretas para prevenir mortes desnecessárias e proporcionar um futuro mais seguro às pessoas deslocadas. O dever de proteger os mais vulneráveis entre nós não pode ser adiado, porque cada vida conta na luta por um mundo mais inclusivo e humano.