O México enfrenta uma crise hídrica sem precedentes, especialmente na sua capital, a Cidade do México, onde a seca está a mostrar o seu impacto de forma alarmante. Os cortes e restrições de água estão a afectar centenas de bairros, aumentando o receio da chegada iminente do temido “dia zero”, quando a água corrente poderá desaparecer.
As autoridades mexicanas apontam o dedo para o declínio do caudal do sistema Cutzamala, a principal fonte de abastecimento de água da cidade. Os reservatórios estão na menor capacidade, com apenas 36,2% cheios. A situação é agravada pela seca extrema que atinge a região há anos, uma das mais longas da história, em parte devido às alterações climáticas.
A isto acrescenta-se a gestão inadequada dos recursos hídricos, com a exploração excessiva das águas subterrâneas e o uso imprudente da água. As fugas nas redes de água, a falta de tratamento de águas residuais e o crescimento urbano desordenado também contribuem para a crise.
Os residentes da Cidade do México estão a ser instados a poupar água, à medida que são implementadas iniciativas como a distribuição de camiões-cisterna e a recolha de águas pluviais. Mas enquanto os problemas de gestão e utilização da água não forem resolvidos, continuarão a temer-se conflitos entre diferentes utilizadores e uma escassez generalizada.
A crise hídrica no México levanta, portanto, importantes questões ecológicas e sociais, destacando a urgência de repensar os nossos modos de consumo e gestão dos recursos naturais. Este desafio, crucial para o futuro da cidade e dos seus habitantes, requer reflexão colectiva e ações concretas para garantir o acesso equitativo e sustentável à água para todos.