“A abolição da pena de morte na RDC: a posição clara da Conferência Episcopal Nacional do Congo”

Num contexto marcado pelo anúncio do levantamento da moratória sobre a execução da pena de morte na República Democrática do Congo, os membros da Conferência Episcopal Nacional do Congo manifestaram a sua desaprovação desta controversa decisão. Esta posição, resultante de uma declaração oficial de sexta-feira, 22 de março de 2024, destaca a preocupação dos prelados católicos com o respeito pela vida e pela dignidade humana.

Marcel Utembi Tapa, arcebispo de Kisangani e presidente do Cenco, afirmou claramente a posição do clero a favor da abolição da pena de morte, sublinhando que cada indivíduo merece uma segunda oportunidade e uma oportunidade de reabilitação. Em vez de favorecer uma abordagem punitiva, os bispos apelam à melhoria dos sistemas de detenção e das condições prisionais, bem como ao reforço dos sistemas de prevenção e de reintegração social dos presos.

Esta declaração da hierarquia católica congolesa destaca a necessária evolução das práticas judiciais e sociais para garantir o respeito pelos direitos fundamentais de cada indivíduo. Ao apelar à ratificação do segundo Protocolo Facultativo relativo ao Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, Cenco coloca a sua abordagem numa perspectiva de promoção dos direitos humanos e de humanização da justiça.

Perante o anúncio da Ministra da Justiça, Rose Mutombo, relativo ao levantamento da moratória sobre a pena de morte, multiplicam-se as reacções da sociedade civil e dos actores comprometidos com os direitos humanos. Esta controvérsia sublinha a necessidade de um debate público e democrático sobre a questão da pena capital, convidando todos a reflectir sobre as questões éticas e humanitárias subjacentes.

Esta polémica em torno da pena de morte na República Democrática do Congo realça as contradições e os desafios que a sociedade enfrenta na sua evolução rumo a um sistema judicial que respeite os direitos humanos e a dignidade de cada indivíduo. A voz da Cenco ressoa como um apelo à consciência coletiva, convidando todos a se comprometerem com a construção de uma sociedade mais justa e humana.

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