“Água salgada, terras secas: o declínio do rio Moulouya e suas consequências na agricultura em Marrocos”

O declínio do rio Moulouya no norte de Marrocos e as suas consequências na agricultura local

Mimoun Nadori inclina-se para mergulhar a mão no rio e provar a água junto aos pomares onde a sua família cultiva há muito tempo frutas e vegetais nas suas quintas no norte de Marrocos. A sua careta diz tudo: a água é salgada. No entanto, ele lembra que antes não era assim.

“Antigamente tudo era verde”, lembra ele. “Bebemos do rio, nos lavamos com ele. Construímos nossas vidas em torno dele.”

Mas a redução das chuvas e o aumento das barragens e do bombeamento a montante reduziram o caudal do rio Moulouya, em Marrocos, e ameaçaram os meios de subsistência de agricultores como Nadori.

Onde antes o rio corria das montanhas para o Mediterrâneo, agora estagna, permitindo que a água do mar flua para o interior, transformando a água, outrora fonte de vida, num veneno mortal.

Nadori começou a importar água para o galinheiro que administra depois que suas vacas, acostumadas a beber do rio, morreram. Ele não sabia que a água era salobra ou que eles bebiam dela até finalmente morrerem.

A sobreexploração do rio também colocou novas pressões sobre as reservas de águas subterrâneas marroquinas, com agricultores como Nadori e aqueles do outro lado da fronteira com a Argélia a cavar cada vez mais poços para compensar a perda da sua antiga fonte.

“Não podemos negar que a razão não é apenas humana ou a seca, são ambas”, disse ele. “Não sabemos como usar a água e desperdiçamos muito.”

Esta realidade preocupante realça a urgência da adopção de práticas sustentáveis ​​de gestão da água na região e da sensibilização para a importância da preservação deste recurso essencial à vida e à agricultura.

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