Título: Gangues no Haiti: a violência continua a semear o caos
No departamento Oeste do Haiti, o toque de recolher foi prorrogado até 23 de março, anunciaram as autoridades esta quarta-feira, 20 de março. A região, onde fica a capital do país, assiste a uma escalada da violência entre gangues.
A violência e a instabilidade crescentes estão a perturbar gravemente a vida quotidiana em Porto Príncipe. Os confrontos mataram pelo menos dezenas de pessoas e forçaram milhares de outras a procurar abrigo sempre que possível. Alguns até se refugiam em escolas públicas, por falta de algo melhor, porque os hospitais estão sobrecarregados e já não conseguem prestar cuidados.
A crise mergulhou o Haiti numa situação política precária, forçando o primeiro-ministro a anunciar a sua demissão, uma exigência fundamental dos gangues. Desde o final de Fevereiro, bandos armados atacaram instituições públicas, incluindo esquadras de polícia na capital e o aeroporto internacional, que permanece fechado.
Ao abrigo do recolher obrigatório e do estado de emergência impostos no início de Março, a polícia está autorizada a utilizar todos os meios legais para restaurar a ordem. Grupos armados também estão a perturbar o fornecimento de combustível, impedindo o acesso de camiões-cisterna ao terminal estratégico de Varreux, deixando as estações de serviço desertas.
Desde o assassinato do Presidente Jovenel Moise, em Julho de 2021, os gangues e grupos criminosos reforçaram o seu domínio sobre o país. Embora o primeiro-ministro tenha prometido entregar o bastão em Fevereiro deste ano, não se realizaram eleições, o que provocou agitação social. O primeiro-ministro Ariel Henry anunciou a sua demissão em 12 de março, condicionando a sua saída à criação de um conselho de transição presidencial.
A violência dos gangues no Haiti continua a assombrar a população e a perturbar a ordem social e política do país. É urgente encontrar soluções duradouras para pôr fim a esta espiral de violência e restaurar a paz e a estabilidade no Haiti.