“COP29 em Baku: o Azerbaijão desafiado a conciliar a indústria petrolífera e a proteção ambiental”

Foto: Jornalistas demonstram segurando cartazes para denunciar restrições à liberdade de imprensa no Azerbaijão.

O Azerbaijão está no centro das notícias como país anfitrião da COP29, a conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas, agendada para Novembro, em Baku. O presidente deste evento crucial é Mukhtar Babayev, Ministro da Ecologia e Recursos Naturais do Azerbaijão, que também tem 26 anos de experiência na Companhia Estatal de Petróleo do Azerbaijão.

Esta decisão suscitou discussão, especialmente devido ao peso da indústria petrolífera na economia do Azerbaijão, onde o petróleo e o gás representam cerca de 92% das receitas de exportação. Alguns temem que estes acontecimentos possam ser influenciados pelos lobistas da indústria dos combustíveis fósseis.

No entanto, apesar do seu passado ligado ao sector petrolífero, Babayev parece determinado a mudar mentalidades no que diz respeito à protecção ambiental. Numa coluna publicada no The Guardian, expressou o seu desejo de promover a confiança entre o Norte e o Sul para combater as alterações climáticas.

A jornada do Azerbaijão como país anfitrião da COP29 não tem sido tranquila. Foram levantadas críticas em relação à falta de diversidade dentro do comitê organizador inicial exclusivamente masculino. Após uma onda de reações adversas, foram tomadas medidas corretivas, incluindo a adição de várias mulheres ao comité.

Além disso, o Azerbaijão enfrenta desafios em termos de liberdade de imprensa, ocupando o 151º lugar entre 180 países em termos de liberdade de imprensa. Os jornalistas que cobrem a COP29 estarão particularmente vigilantes neste contexto.

Apesar destes obstáculos, foram alcançados progressos encorajadores em conferências climáticas anteriores, incluindo progressos no Fundo para Perdas e Danos, bem como na primeira avaliação global do progresso na adaptação às alterações climáticas.

A COP29 promete ser crucial, pois o objectivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C parece cada vez mais difícil de alcançar. Caberá a Mukhtar Babayev implementar os compromissos assumidos pelo seu país para reduzir as emissões e promover as energias renováveis, ganhando ao mesmo tempo a confiança dos vários intervenientes envolvidos na luta contra as alterações climáticas.

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