Na região de Castela e Leão, em Espanha, está em curso uma transição energética para energias renováveis, com 95% da produção de eletricidade proveniente de fontes verdes. No entanto, este progresso não deixa de causar controvérsia entre a população local, especialmente face à proliferação de parques eólicos e fotovoltaicos.
O arqueólogo Jaime Nuño González manifesta preocupação com o impacto destes megaprojectos no ambiente e no património cultural da região. Na verdade, a construção de centrais fotovoltaicas perto de locais naturais protegidos e de rotas históricas como o Caminho de Santiago levanta preocupações legítimas sobre a preservação da paisagem e da identidade local.
As empresas envolvidas nestes projetos asseguram a realização de estudos ambientais rigorosos para limitar o seu impacto. No entanto, grupos de defesa dos cidadãos desafiam regularmente estas instalações, apontando uma certa opacidade nos processos de tomada de decisão e falta de diálogo social.
Apesar das metas ambiciosas da União Europeia para a redução das emissões de CO2, a concentração de centrais renováveis em determinadas regiões, como Castela e Leão, levanta questões sobre a implementação de um modelo energético mais descentralizado e participativo. Critica-se a prioridade dada às grandes empresas em detrimento do autoconsumo local e das iniciativas comunitárias de energia.
Perante estes desafios, parece essencial encetar um debate aberto e democrático, tendo em conta os interesses de todas as partes interessadas, a fim de conciliar a transição energética, a preservação ambiental e o desenvolvimento económico sustentável na região de Castela e Leão.