Nos Camarões, o governo declarou recentemente ilegais vários grupos políticos que procuravam formar coligações de oposição. Numa declaração do Ministro da Administração Territorial, Paul Atanga Nji, dois grupos – a Aliança Política para a Mudança (APC) e a Aliança para a Transição Política nos Camarões (ATP) – foram nomeados como partidos não políticos nos termos da lei.
O comunicado manifestou ainda preocupação com as “pseudo-associações” face às eleições presidenciais de 2025. O ministro lembrou que apenas os partidos políticos legalmente reconhecidos têm o direito de exercer atividades políticas a nível nacional, e ordenou a proibição de qualquer manifestação a estes associada. associações.
O porta-voz da APT, Olivier Bile, tomou nota da decisão, ao mesmo tempo que notou confusões e exageros nos comentários do ministro, enquanto a APC rejeitou a declaração, chamando-a de uma “ameaça curiosa que testemunha o pânico”. A aliança disse que estava “pronta para enfrentar vitoriosamente as eleições” no próximo ano.
Liderada pelo antigo deputado Jean Michel Nintcheu, a APC foi criada em Dezembro durante um congresso do principal partido da oposição, Movimento para o Renascimento dos Camarões (MRC), que apoiou Maurice Kamto nas eleições presidenciais de 2018.
Kamto ficou em segundo lugar e classificou a reeleição de Biya como uma fraude. Ele foi preso sem julgamento no ano seguinte, após organizar protestos pacíficos.
O movimento boicotou as eleições legislativas de 2018 e, nos dois anos seguintes, 700 dos seus apoiantes foram presos, incluindo Kamto.
As ONG internacionais acusam o regime do Presidente Paul Biya, no poder há mais de 41 anos, de reprimir sistematicamente a oposição.
Esta complexa situação política levanta questões sobre a democracia e os direitos da oposição nos Camarões, causando preocupação tanto a nível nacional como internacional.