“Solidariedade estudantil na Costa do Marfim: mobilização após a destruição da escola CHA-Hélène”

Na turbulenta rede de notícias da Costa do Marfim, uma onda de mobilização está a abalar os estabelecimentos de ensino após a destruição da escola CHA-Hélène, localizada em Yopougon. Um imponente edifício que albergava 1.800 estudantes e que foi reduzido a cinzas durante as últimas operações de despejo levadas a cabo pelo distrito autónomo de Abidjan, em antecipação à estação das chuvas.

A Federação Estudantil e Escolar da Costa do Marfim, Fesci, iniciou um movimento de solidariedade, incentivando os estudantes do ensino básico e secundário a mostrarem o seu apoio aos seus pares afectados. No Lycée Classique de Cocody, estudantes foram presos de madrugada por membros do Fesci, instando-os a suspender as aulas em sinal de solidariedade. Enquanto alguns estudantes expressam preocupação com possíveis repercussões em seus exames, outros, como Aminata, demonstram apoio inabalável à causa.

As autoridades anunciaram a realocação dos estudantes deslocados para estabelecimentos próximos, mas Fesci questiona a gestão da situação. Sié Kambou, secretário-geral da Fesci, sugere a instalação de edifícios pré-fabricados perto da escola destruída para garantir a continuidade das aulas sem comprometer a qualidade do ensino.

Ao mesmo tempo, a Câmara Municipal de Yopougon criou uma célula de escuta para responder às necessidades das famílias carenciadas pelos despejos. Por seu lado, o distrito autónomo de Abidjan defende a precisão das suas ações e garante que alertou as populações afetadas.

Além da escola CHA-Hélène, 176 locais também são alvo de operações de despejo, justificadas como forma de preservar vidas humanas e libertar espaço público. Estas ações, previstas até 17 de março de 2024, levantam questões sobre o impacto na comunidade educativa e destacam as questões sociais e humanas que estão no centro deste conflito.

Nesta turbulência social, permanece um raio de esperança, materializado pela mobilização dos estudantes, testemunhando a sua solidariedade e o seu desejo de defender os direitos educativos fundamentais. Enquanto a sombra das demolições paira sobre as escolas, as vozes dos jovens ressoam como um apelo à acção e à justiça, lembrando-nos que a educação continua a ser um pilar essencial para um futuro melhor.

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