“Retirada das forças de manutenção da paz na RD Congo: Que futuro para a segurança em Kamanyola?”

A retirada das forças de manutenção da paz da MONUSCO na República Democrática do Congo provoca reações contrastantes na cidade de Kamanyola, localizada na província de Kivu do Sul. Enquanto alguns residentes expressam a sua indiferença relativamente a esta saída, outros temem um possível vazio de segurança deixado por esta decisão.

O anúncio desta desvinculação surge num contexto de crise persistente no leste do país, marcado em particular pelo ressurgimento da rebelião do M23. Esta decisão de retirada, solicitada por Kinshasa, visa confiar a segurança das populações locais às forças de segurança congolesas, assegurando ao mesmo tempo uma transição ordenada e sustentável.

Segundo Béatrice Tubatunziye, chefe de uma associação de desenvolvimento em Kamanyola, permanece a preocupação quanto à capacidade do exército congolês para preencher o vazio deixado pela saída dos Capacetes Azuis. Apesar de tudo, ela continua otimista quanto à possibilidade de as autoridades locais assumirem o controle e garantirem a proteção dos civis.

Esta retirada gradual faz parte de um plano de três fases, com uma primeira fase relativa ao Kivu do Sul, seguida de Ituri e do Kivu do Norte. As autoridades congolesas esperam uma retirada completa até ao final do ano, enquanto a ONU insiste na necessidade de um reforço das forças de segurança locais para garantir a segurança das populações.

A partida das forças de manutenção da paz da MONUSCO, após 25 anos de presença na RD Congo, marca um ponto de viragem na história do país e levanta questões sobre o futuro da região oriental, confrontada com grandes desafios de segurança. No entanto, é essencial permanecer atento à evolução da situação e aos esforços que estão a ser feitos para garantir uma transição segura para as populações locais.

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