No contexto actual marcado pela recente cimeira extraordinária da CEDEAO em Abuja, foi tomada uma decisão importante: o levantamento das sanções contra o Níger. Desde o golpe militar ocorrido em 26 de julho de 2023, o país sofreu uma série de sanções que impactaram fortemente a sua população, especialmente economicamente.
O levantamento gradual das sanções levanta questões sobre o seu impacto na situação política e económica do país. As fronteiras terrestres, em particular, poderão sofrer um relaxamento próximo, com o desmantelamento das barreiras físicas que tinham sido postas em prática no lado do Níger. Esta medida, destinada a combater possíveis operações militares da CEDEAO, poderia abrir caminho para uma retoma do comércio.
Financeiramente, o levantamento das sanções poderia permitir que os bancos comerciais nigerianos tivessem liquidez suficiente para satisfazer as necessidades económicas do país. Contudo, apesar deste anúncio, a junta governante, encarnada pelo Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), ainda não reagiu. Esta falta de reação sublinha as tensões políticas persistentes que reinam no regime em vigor.
O economista Adamou Louché Ibrahim sublinha a importância de as autoridades no poder terem em conta as necessidades da população, que foi fortemente impactada pelas sanções. Já se ouvem vozes para encorajar uma abordagem mais conciliatória por parte das autoridades, de forma a permitir que a população recupere uma certa normalidade no seu quotidiano.
Neste contexto, a pressão continua a aumentar sobre as autoridades, que terão de tomar decisões rápidas e informadas, especialmente à medida que se aproxima o mês do Ramadão. O levantamento das sanções abre novas perspectivas para o Níger, mas dependerá em grande parte das escolhas políticas que serão feitas nos próximos dias.