O Senado se prepara para votar a inclusão da interrupção voluntária da gravidez (aborto) na Constituição. Uma votação crucial que divide senadores e pode ter grande impacto no calendário parlamentar. Esta reforma, prometida pelo Presidente Emmanuel Macron, requer a maioria dos 348 parlamentares no Senado para ter sucesso.
A direita senatorial mostra relutância em relação ao texto proposto, comprometendo o resultado da votação. Os debates prometem ser acalorados entre apoiadores do governo, apoiados pela esquerda, e parte da direita e centristas que lutam para serem convencidos pela formulação atual.
Os riscos são elevados, porque qualquer modificação do texto exigiria uma nova validação pela Assembleia Nacional, adiando assim o processo de reforma. Apesar de 86% dos franceses apoiarem esta medida, de acordo com uma sondagem do Ifop, o caminho para a inclusão do aborto na Constituição está repleto de armadilhas.
A pressão social desempenha um papel significativo na votação dos senadores, com alguns admitindo ter mudado de ideias sob a sua influência. Estão a levantar-se vozes dentro da direita, como Xavier Bertrand, para apelar a não “travar a luta errada” e a apoiar a reforma.
A noção de “liberdade garantida” no texto está causando debate, com alguns senadores considerando emendas para modificá-la. A questão permanece: o Senado validará o texto tal como está ou serão feitas modificações que levem ao encaminhamento à Assembleia Nacional?
É, portanto, crucial acompanhar de perto a evolução desta votação no Senado, que poderá marcar um ponto de viragem na história dos direitos das mulheres em França. Resta saber se a reforma será adotada sem modificações ou se serão necessárias mais discussões para chegar a um consenso.