Nas movimentadas ruas de Goma, surgiu recentemente descontentamento entre os residentes da cidade devido ao aumento dos impostos cobrados pelas autoridades provinciais. Este protesto atingiu o seu clímax com a introdução de um novo imposto sobre veículos com vidros fumados, causando indignação entre os cidadãos.
A população de Goma manifesta a sua exasperação perante a carga fiscal que pesa sobre ela, agravada por medidas consideradas impopulares. De facto, a Câmara Municipal introduziu um imposto de 100 dólares para os proprietários de veículos com vidros fumados apreendidos, além de um projecto que visa autorizar a sua circulação mediante o pagamento de um imposto adicional de 20 dólares.
Num contexto marcado pela presença rebelde do M23 em parte da província do Kivu Norte, com impacto na economia local, estes novos impostos despertam a ira dos residentes que exigem uma redução dos seus encargos financeiros. Um jovem líder de opinião, Rodriguez Katsuva, apelou ao Presidente Félix Tshisekedi para chamar a atenção para as dificuldades socioeconómicas dos habitantes de Goma.
Além disso, o aumento das taxas de participação nos exames do Estado para estudantes do ensino secundário agravou a situação. Fixados em 130.000 francos congoleses por estudante, estes custos adicionais foram fortemente criticados pela população, confrontada com as consequências da guerra e com uma situação económica precária.
Em reação a estas medidas consideradas opressivas, alguns jovens expressam comentários hostis às autoridades locais, levantando mesmo a possibilidade de serem apoiados pelo movimento rebelde M23 para se libertarem destas restrições fiscais.
Diante deste clima de tensão, os pequenos vendedores de bens de consumo, já vulneráveis, também são atingidos por novos impostos que tornam o seu dia a dia ainda mais precário. A Sra. Sandrine Kamala, da sociedade civil do Kivu do Norte, sublinha a importância de aliviar certas medidas e apoiar os segmentos mais frágeis da população neste contexto excepcional de instabilidade.
Assim, o pedido de flexibilização dos impostos e de consideração das dificuldades encontradas pelos habitantes de Goma ressoa como um apelo à empatia e à solidariedade num contexto de crise e de desordem socioeconómica.