Título: A retirada gradual da Missão da ONU na RDC, uma nova era para o país
Desde quarta-feira, a missão da ONU na República Democrática do Congo, conhecida como MONUSCO, iniciou a sua retirada com a entrega oficial às autoridades congolesas de uma das suas bases em Kivu do Sul, no leste do país.
Esta decisão de retirada da MONUSCO, solicitada por Kinshasa no ano passado, surge após 25 anos de presença. Aprovado formalmente em Dezembro pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, apesar das preocupações sobre a escalada de violência no leste do Congo. As autoridades congolesas consideraram as operações da força da ONU ineficazes.
A MONUSCO, que conta actualmente com cerca de 15.000 forças de manutenção da paz, ainda está presente nas três províncias mais problemáticas da região, nomeadamente Kivu do Sul e do Norte, bem como Ituri. A ONU e Kinshasa adoptaram um “plano de desligamento” em três fases, afirmando que querem uma transição “ordenada, responsável e sustentável”.
Os intensos combates recomeçaram no mês passado em torno da cidade de Goma, capital do Kivu do Norte. Estes confrontos recentes provocaram a fuga de dezenas de milhares de civis, com um total de cerca de seis milhões de pessoas deslocadas pelos combates.
A retirada gradual da MONUSCO marca o início de uma nova era para a RDC. Os desafios continuam a ser numerosos em termos de segurança e consolidação da paz, mas esta retirada também pode ser vista como uma oportunidade para o país assumir o controlo do seu destino e construir uma paz duradoura para os seus cidadãos.
Os próximos meses serão cruciais para ver como a RDC gere esta transição, e é essencial que a comunidade internacional continue a apoiar o país nestes esforços. A paz na RDC é um grande desafio para a estabilidade de toda a região dos Grandes Lagos e a sua consecução exigirá um compromisso contínuo de todas as partes interessadas.