**Criação da cadeia de valor mineral: O debate entre a UE, Ruanda e a RDC**
A recente assinatura de um acordo entre a União Europeia e o Ruanda relativo à criação de uma cadeia de valor para minerais estratégicos e críticos suscitou fortes reacções por parte do governo congolês. Segundo o Vice-Primeiro-Ministro e Ministro dos Negócios Estrangeiros, Christophe Lutundula, esta iniciativa seria vista como um incentivo à pilhagem da riqueza congolesa pelo Ruanda.
O Presidente Félix Tshisekedi não mediu palavras ao descrever esta situação como uma “guerra por procuração” liderada pela União Europeia. Por sua vez, o Embaixador da UE na RDC, Nicolas Berlanga Martinez, sublinhou que este acordo visa estabelecer um roteiro para garantir a transparência e rastreabilidade do comércio de minerais estratégicos.
O debate é, portanto, aberto entre as diferentes partes envolvidas. Por um lado, o governo congolês vê esta colaboração entre a UE e o Ruanda como uma ameaça aos seus recursos naturais. Por outro lado, a UE e o Ruanda afirmam querer implementar mecanismos de controlo e transparência para garantir a exploração ética destes minerais.
A questão que se coloca é como conciliar os interesses económicos e políticos de cada parte nesta região rica em minerais preciosos. Uma discussão complexa que destaca as questões de governação e cooperação internacional no domínio dos recursos naturais.
É, portanto, crucial encontrar um terreno comum para promover o desenvolvimento sustentável e equitativo desta indústria, preservando simultaneamente os interesses e a soberania das nações envolvidas. Uma tarefa que exigirá um diálogo construtivo e uma cooperação estreita entre os diferentes intervenientes envolvidos.