No sábado, 24 de fevereiro, Bruxelas foi palco de uma comovente manifestação, reunindo cerca de 1.050 pessoas, segundo dados da polícia belga. A diáspora congolesa da cidade mobilizou-se para expressar a sua indignação face à persistente insegurança no leste da República Democrática do Congo.
Motivados por um sentimento de injustiça, os manifestantes denunciaram o apoio dado, segundo eles, pelos Estados Unidos, França e Inglaterra ao Ruanda. Condenaram também a presença militar do Ruanda, do Burundi e do Uganda na RDC, acusando estes países de participarem num genocídio silencioso e de saquearem a riqueza congolesa.
Evariste Otshudi, um dos organizadores, sublinhou que esta mobilização visa pôr fim à violência e à exploração dos recursos naturais da RDC por potências estrangeiras. A angariação de fundos organizada conjuntamente por belgas e congoleses para os deslocados pela guerra no Kivu do Norte reflecte o desejo de tomar medidas concretas para apoiar as vítimas deste conflito.
Numa declaração conjunta, um grupo de funcionários eleitos belgas de origem congolesa apelou à criação de um Tribunal Penal Internacional responsável por julgar os responsáveis pelos crimes cometidos na RDC. Este pedido sublinha a urgência de destacar as atrocidades perpetradas e garantir que os culpados sejam responsabilizados pelas suas ações perante a justiça internacional.
Esta manifestação em Bruxelas revela a força da solidariedade e da mobilização cidadã para denunciar o sofrimento do povo congolês e exigir ações concretas para pôr fim à violência que assola a região. É tempo de a comunidade internacional assumir a responsabilidade e agir para pôr fim a esta tragédia que continua há demasiado tempo.